Cada vez mais importantes para as empresas, os relatórios de sustentabilidade são o tema de um novo estudo realizado pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) em parceria com a consultoria de sustentabilidade Report, uma extensa análise dos relatórios referentes a 2022 de 77 companhias, de diversos setores da economia com atuação no país. Os resultados apontam que 63% das empresas analisadas apresentam seus ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) prioritários mas somente 10% definiram metas claras ligadas aos ODS.
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A primeira edição brasileira do Reporting Matters – lançada nesta terça-feira, 30 de janeiro – destaca ainda que 74% dos relatórios receberam auditoria externa (de uma parte ou de todo o relatório); 58% possuem compromisso Net Zero (de reduzir as emissões de gases do efeito estufa) até 2050; 45% responderam seus indicadores em conformidade com as normas GRI e 24% informaram relatar com base nas normas GRI.
De acordo com o CEBDS, o relatório tem o objetivo de avaliar a forma como as companhias reportam suas ações e promover o aprimoramento dos relatórios, seguindo a metodologia desenvolvida pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), em conjunto com a Radley Yeldar. O trabalho contou com uma equipe de 17 consultores, que dedicou quase 800 horas para examinar mais de 9 mil páginas. “Há uma cobrança crescente por parte de diferentes stakeholders para que as empresas assumam compromissos ligados à sustentabilidade, estabeleçam metas específicas e mensuráveis, realizem ações concretas e sejam transparentes quanto aos impactos gerados – positivos e negativos”, comentou Ricardo Mastroti, diretor executivo do CEBDS, no lançamento do estudo.
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Veja o que já enviamosAo todo, foram avaliados 16 critérios e 81 subcritérios segundo a metodologia do Reporting Matters. Entre eles estão materialidade, engajamento de stakeholders, verificação externa, metas e compromissos, implementação e controles e impacto. Os 10 relatórios com pontuações mais elevadas foram, em ordem alfabética: Ambev, Arezzo, Boticário, CBA, Eneva, GPA, Itaú, Natura, Petrobras e Suzano. “Os relatórios de sustentabilidade desempenham um papel de grande relevância nesse contexto. São capazes de contribuir para aumentar a confiança e a credibilidade das empresas. Construir um bom relatório, no entanto, pode ser um grande desafio, já que hoje existem diversos padrões e requisitos”, acrescentou o diretor executivo do CEBDS.
Recentemente, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) reforçou a agenda dos relatos não financeiros ao lançar uma resolução que obriga as companhias de capital aberto a publicarem relatórios a partir de 2026. Além disso, o crescimento significativo de regulamentações e iniciativas voluntárias em todo o mundo tem colocado os relatórios de sustentabilidade em evidência, já que uma ampla gama de partes interessadas, e investidores em particular, agora exigem informações abrangentes, comparáveis e confiáveis para usar na tomada de decisão.
Para os realizadores, encontrar alinhamento entre os padrões de relatórios de sustentabilidade ajudará a atender às necessidades dos mercados globais, incluindo investidores que alocam capital internacionalmente, empresas que operam e angariam capital além das fronteiras nacionais e os profissionais de contabilidade, que atendem a todos os usuários de relatórios corporativos. “O Reporting Matters Brasil chega em um momento em que o cenário do relato de sustentabilidade se acelera em todo o mundo com o lançamento de novos standards e frameworks, o aumento da pressão dos reguladores e as mudanças climáticas se fazendo presentes nos portfólios dos investidores. Nesse cenário, o estudo se torna uma ferramenta valiosa para guiar as empresas na busca de práticas mais efetivas de comunicação e de gestão”, diz Estevam Pereira, sócio do Grupo Report.