Até bem pouco tempo, moradores de comunidades ribeirinhas do município de Caapiranga, no Amazonas, evitavam jantar após o anoitecer, preocupados com os acidentes provocados por espinhas de peixe que eles temiam não conseguir enxergar. A cidade, com 12 mil habitantes, continua sem rede de energia elétrica – realidade compartilhada com mais de 1 milhão de brasileiros -, mas a vida por lá começou a mudar com a chegada, em março de 2017, da ONG Litro de Luz, levando suas soluções criativas e sustentáveis. Foram instalados, em sete comunidades, 100 postes e doados 100 lampiões, feitos com materiais como garrafas PET, lâmpadas de LED e painéis solares. A vida em Caarapiranga se transformou.
[g1_quote author_name=”Saulo Silos” author_description=”Líder da célula da Litro de Luz no Rio” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Nossa missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas, por meio de soluções sustentáveis, e empoderar os moradores, que participam de todo o processo de instalação e manutenção
[/g1_quote]A ONG, internacional, foi criada 2012 pelo filipino Illac Diaz, que se inspirou em um invento de um brasileiro: o mecânico Alfredo Moser, de Uberaba. Para enfrentar o apagão de 2002, o mineiro criou uma lâmpada com garrafa PET, água e água sanitária (Veja vídeo abaixo). Hoje, a Litro de Luz atua em 20 países, como o Quênia, Colômbia e Honduras. Em alguns locais, ainda é utilizada a fórmula criada pelo uberabense. Mas no Brasil, os postes e lampiões ganharam uma versão aprimorada, sem água sanitária, com painel solar.
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Veja o que já enviamosO primeiro projeto de grande porte da ONG no país foi em 2015, na favela Vila Beira Mar, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Foram instalados 25 postes na comunidade. “Nossa missão é melhorar a qualidade de vida das pessoas, por meio de soluções sustentáveis, e empoderar os moradores, que participam de todo o processo de instalação e manutenção, aprendendo a lidar com a tecnologia, que é muito simples”, diz Saulo Silos, líder da célula da ONG no Rio de Janeiro.
[g1_quote author_name=”Zélia Maria do Nascimento” author_description=”Líder comunitária da Vila Beira Mar” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]Existem áreas muito escuras aqui. Nos locais iluminados com os novos postes, diminuiu o número de assaltos e estupros
[/g1_quote]Saulo ressalta que a ONG atua tanto em áreas sem energia pública – não contempladas pelo programa federal Luz Para Todos, caso da Caapiranga – como em locais onde o serviço é deficiente. “Em ambientes urbanos, como a Vila Beira Mar, a proposta é implementar uma iluminação mais eficaz, barata e sustentável. Sem falar na questão da insegurança em áreas pouco iluminadas”.
O depoimento de Zélia Maria do Nascimento, líder comunitária da Vila Beira-Mar, dá a dimensão da importância da chegada da Litro de Luz. “Existem áreas muito escuras aqui. Nas áreas iluminadas com os novos postes, diminuiu o número de assaltos e estupros. Além disso, a atuação da ONG, com diálogo e parceria, torna as famílias mais confiantes”. A Litro de Luz também está presente na Rocinha. Foram instalados dois postes, no Laboriaux, parte alta do morro, por meio de uma parceria com a ONG Favela Verde; e outros dois, no pé da favela, na área conhecida como Roupa Suja, com apoio do projeto de reciclagem do Viva Rio.
Além do Rio, a Litro de Luz tem núcleos em São Paulo, Campina Grande, Brasília, Florianópolis e Manaus. Ao todo, são em torno de 300 voluntários, 200 postes instalados e 100 lampiões distribuídos, em oito localidades – como Sol Nascente, em Brasília; Vila Santa Margarida, em Ferraz de Vasconcellos (SP) e Vila Moraes, em São Bernardo do Campo (SP).
O lampião é uma invenção de um dos voluntários da ONG, o aposentado Nelson Yematsu. “É uma excelente solução para comunidades isoladas da Amazônia. Os pescadores podem carregá-lo para ir até porto de madrugada, as crianças usam para estudar até mais tarde e as mulheres, nas oficinas de costura”, diz Saulo.
Se os lampiões podem ser ligados a qualquer momento, os postes, fixados no solo por um cano de PVC com concreto em seu interior, acendem automaticamente ao anoitecer. Tudo é feito com material de baixo custo e alta durabilidade. A bateria tem vida útil de cerca de seis anos, enquanto o painel solar dura cerca de duas décadas. Em algumas comunidades amazônicas existem geradores movidos a diesel. “Eles só ficam ligados por poucas horas. Os moradores arcam com parte dos custos, e o estado é responsável por outra. Mas nem sempre isso é cumprido. Caapiranga, por exemplo, estava há meses sem luz”, afirma Saulo.
Em breve, a Litro de Luz fará uma grande ação na Chapada dos Veadeiros, em Kalunga, uma das maiores comunidades quilombolas do Brasil. Serão instalados 90 postes e levados 90 lampiões. No Rio de Janeiro, há planos de atingir comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas, principalmente na Região dos Lagos. “A relação dos moradores de áreas rurais com a iluminação é completamente diferente. Eles têm um apego e um carinho especial pela luz, algo que para nós, de áreas urbanas, parece tão banal”, diz Saulo.
Gostaria de conhecer mais detalhes de como funciona isso.
Trabalho no Saúde Criança , uma Ong respeitada , e sou arquiteto atuando na melhoria das casas das comunidades.
Abs
https://www.litrodeluz.com/ Dê uma visita no site deles. Abs!
Gostaria de saber mais sobre como são fabricados estes postes do Litro de Luz. Onde posso me informar mmelhor?
Dolyca, teremos um debate no dia 24 de outubro, em Madureira, promovido pelo #Colabora, com a presença do pessoal do Litro de Luz. Apareça lá.
Gostaria de mais informações sobre o funcionamento do poste litro de luz, como onde posso encontrar a placa fotovoltaica, tipo de bateria, ou seja o passo a passo de como montar.
Moro em Ribeirão Preto na comunidade Cidade locomotiva gostaria saber mas sobre os poste de luz para fazer aqui na comunidade onde moro tem 350 famílias e as rua são 8 metros casa de alvenaria…gostei muito da reportagem e as invecao de luz saudavel