Final feliz graças à música

Espetáculo promovido pela Ascan. Foto de Divulgação

Ascan - Associação Cultural Alfredo do Nascimento

Por Michele Miranda | Mapa das ONGsODS 10 • Publicada em 24 de julho de 2017 - 11:54 • Atualizada em 3 de setembro de 2017 - 01:17

Espetáculo promovido pela Ascan. Foto de Divulgação
Espetáculo promovido pela Ascan. Foto de Divulgação
Apresentação dos instrutores em um dos eventos promovidos pela Ascan. Foto: Divulgação

O violonista Alfredo do Nascimento tinha um sonho de tirar crianças e jovens das ruas e minimizar seus problemas. Foi através desse sonho e do instrumento que ele tanto gostava de tocar que, de 1993 até hoje, mais de cinco mil pessoas usaram os acordes do violão para dedilhar um caminho diferente em suas vidas ao passar pela Associação Cultural Alfredo do Nascimento, a Ascan.

Alfredo acreditou no seu sonho e correu atrás. Ele queria ensinar a arte com a finalidade de reunir as famílias e que aquelas pessoas pudessem se tornar profissionais. “A música une famílias e ameniza o sofrimento”, explica a vice-presidente da ONG, Simone Medeiros. “Não fazemos distinção de raça, sexo, cor, língua, credo, opinião política, nacionalidade ou situação socioeconômica. Damos e pedimos respeito ao próximo”.

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Não fazemos distinção de raça, sexo, cor, língua, credo, opinião política, nacionalidade ou situação socioeconômica. Damos e pedimos respeito ao próximo

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Com sede na Vila Albertina, em São Paulo, a escola, que teve início na própria casa de Alfredo há 30 anos, conta com 36 alunos de violão e teclado. Os oito funcionários, todos voluntários, enchem-se de orgulho ao falar dos pupilos.

“Há vários casos de finais felizes, dos mais simples até os mais complexos, dentre eles destaca-se a história do Ocimar de Paula Amparado. Quando Alfredo o conheceu, ele morava em uma casa simples e quase não saía. Queria aprender a tocar violão e sua dedicação foi tanta, que, em uma semana, ele tocava várias músicas. Atualmente, Ocimar é músico da banda Expresso HG, além de tocar com Alcione e Benito di Paula”, conta Simone.

O maior desafio da ONG, segundo Simone, é ter um patrocinador fixo, como Itaú, Correios e a Prefeitura já foram. Atualmente, para se manter, a Ascan precisa cobrar uma taxa de matrícula dos alunos interessados em participar, para as despesas básicas. Doações de instrumentos musicais são bem-vindas, além de ajuda financeira ou mesmo de trabalho voluntário para os novos projetos batizados de  “Violão popular é para todos” e “Tecla mais”.

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Hoje, alguns deles são empresários, outros passaram em concursos. Tivemos um caso de um aluno que apanhava muito dos pais e decidiu fugir. Soubemos que ele estava na Cracolândia e não desistimos dele. Como sabíamos que gostava de samba, ensinamos cavaquinho e ele começou a fazer shows e ganhar dinheiro. Ele construiu família e tem uma filha

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A maioria dos alunos veio da periferia de São Paulo. Muitos deles chegaram a passar fome e, como lembra o fundador da ONG, não tinham nenhuma perspectiva de vida. “Hoje, alguns deles são empresários, outros passaram em concursos. Tivemos um caso de um aluno que apanhava muito dos pais e decidiu fugir. Soubemos que ele estava na Cracolândia e não desistimos dele. Como sabíamos que gostava de samba, ensinamos cavaquinho e ele começou a fazer shows e ganhar dinheiro. Ele construiu família e tem uma filha”.

Depois desse caso, ficou claro que era necessário fazer um trabalho com a família. O passo seguinte foi convidar os pais para conhecer a instituição e assistir aos shows.

Michele Miranda

É jornalista formada pela PUC-Rio. Há três anos se divide entre Rio de Janeiro e São Paulo, dependendo de onde esteja a notícia. Já trabalhou em "O Globo", no "G1", na TV Globo. Buscando entender as transformações pelas quais a mídia está passando, trabalhou na Artplan como coordenadora de conteúdo, aliando jornalismo à publicidade.

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