Numa região dominada pelas águas e com grandes distâncias entre municípios e distritos, o rio Xingu é a opção natural para os deslocamentos de uma grande parcela dos moradores da Amazônia. Em “voadeiras”, balsas ou canoas, os ribeirinhos usam o leito do rio como avenida, transportando alimentos, eletrodomésticos, carros, motos, tratores e todo tipo de produto. O Xingu é um atalho. Pelo seu leito, crianças vão à escola, parentes e amigos se visitam, o socorro médico chega e a vida corre no ritmo lento das águas. Ainda que enfrentando obstáculos como a ensecadeira da Usina de Belo Monte, uma barreira de concreto e aço que divide o rio, e que só é possível atravessar com a ajuda de um trator, como se vê na última foto deste ensaio.