Uma igreja fiel à sustentabilidade

Paróquia de São José usa energia solar e eólica, reaproveita água da chuva e faz campanhas para reciclar plástico

Por Bernardo de la Peña | ODS 7 • Publicada em 6 de março de 2020 - 19:48 • Atualizada em 19 de setembro de 2020 - 12:28

As placas solares no teto da Igreja São José, na Lagoa, instaladas em 2017 (Foto de divulgação)

E fez-se a luz… de placas solares instaladas, em forma de cruz, no teto da Paróquia São José, na Lagoa, Zona Sul do Rio. Mas não só: a energia também vem de captores de energia eólica instalados há poucos meses. A água? Vem de uma cisterna que capta água da chuva, com capacidade para 15 mil litros. Por iniciativas como essas, a igreja já é considerada uma das mais sustentáveis do Brasil.  

A água armazenada na cisterna, que fica no na praça ao lado da igreja, não só é utilizada para banheiros e irrigação do jardim. Também serviu, por exemplo, a um dos projetos sociais da paróquia, o Banho de Amor. Desde que começou, em março de 2019, até dezembro, o projeto já beneficiou 2.835 pessoas em situação de rua, sem acesso à moradia ou higiene pessoal.

“Com a colaboração dos fiéis, foram adquiridos os banheiros, com chuveiro, e também kits de higiene pessoal, com sabonetes, xampus pastas e escovas de dente”, lembra o padre Omar Raposo, pároco da Igreja e um dos maiores entusiastas dos projetos sociais. O padre explica que, como o tempo, ficou claro que a maior demanda por banhos  estava no Centro da cidade, e os banheiros foram transferidos para Catedral de São Sebastião, onde o projeto segue em curso, seguindo a lógica da Pastoral do Desenvolvimento Sustentável, lançada em 2017. 

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reciclagem oleo igreja são josé
A Pastoral da Sustentabilidade atua na Igreja São José com campanhas, como a de reciclagem de óleo (reprodução/Facebook/Paróquia São José)

Metade da energia é renovável

A mesma pastoral também transformou a igreja em polo de geração de energia híbrida. As placas solares do teto e os captadores de energia eólica fornecem mais da metade da energia consumida pela Igreja que, além de muito iluminada, dispõe de aparelhos de ar-condicionado capazes de gelar, por exemplo, os cerca de mil fiéis que lotam a igreja nas missas dominicais das 19 horas celebradas pelo padre Omar.

reciclagem de tampinhas na igreja são josé
Tampinhas de plástico ensacadas para a reciclagem na igreja (Reprodução/Facebook)

Tampinhas viram cadeira de rodas

Aliás, desde que se tornou pároco da São José, o padre vem adotando medidas voltadas à sustentabilidade. Assim são feitas as campanhas sociais e religiosas na São José. Uma delas contribui com a reciclagem de plástico na cidade e também beneficia os pacientes da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR). Fiéis e centenas de outras pessoas coletaram incríveis 63.080 quilos de tampinhas plásticas de garrafas PET e, assim, compraram 119 cadeiras de rodas. A campanha prossegue com sucesso este ano, engajando muita gente.  

Padre Omar também leva práticas sustentáveis ao Cristo Redentor, onde é reitor. “O Santuário do Cristo Redentor tem como missão apoiar, articular e desenvolver ações sociais de natureza preventiva, favorecendo o acesso gratuito a projetos e serviços essenciais à população em situação de vulnerabilidade  social”, conta.

Bernardo de la Peña

Bernardo de la Peña é carioca e jornalista há mais de 25 anos. Trabalhou em "O Estado de S. Paulo" e "O Globo", onde  ganhou dois Prêmio Esso. Escritor, publicou dois livros: "Memorial do escândalo", livro-reportagem sobre o mensalão, e "Um carioca no Planalto", memórias dos cinco anos que viveu em Brasília, a maior parte do tempo cobrindo o Planalto. Adora cavalos, a ponto de se arriscar a praticar salto na Sociedade Hípica Brasileira, um de seus lugares preferidos, ao lado da fazenda da família em Secretário, distrito de Petrópolis (RJ).

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