Há 40 anos, a Lagoa Rodrigo de Freitas era um monumento ao mau cheiro, oriundo da recorrente mortandade de peixes, mazela que parecia insolúvel ao olfato do cidadão. De lá pra cá, algumas obras no cinturão sanitário e a captação do esgoto das casas que ocupam as margens do rio dos Macacos, melhoraram bastante a situação. No entanto, ainda há muito que ser feito para que a qualidade das águas se equipare à beleza das paisagens. Hoje, infelizmente, ainda não há nenhuma garantia de que novas imagens de peixes mortos não voltem a arranhar o famoso cartão postal, inclusive durante os Jogos Olímpicos, que o Rio sediará em agosto. Nessa batalha diária, um personagem merece destaque: Mário Moscatelli. O biólogo que, com o seu trabalho paciente de replantio dos manguezais, conseguiu transformar morte em vida, trazendo de volta caranguejos e aves para um dos mais nobres espaços de lazer da cidade.