A série especial de reportagens ‘Hanseníase: internação à força e filhos separados dos pais’ – de Letícia Lopes, com a participação de Yuri Fernandes e Isabela Carvalho – conquistou Menção Honrosa no Prêmio Patrícia Acioli de Direitos Humanos, realizado em novembro, na categoria Reportagens Jornalísticas. Criado em 2012, o Prêmio reconhece defensores da dignidade humana e trabalhos que contribuam para a sociedade. Foram 122 inscrições em 2021. “Inocentes Presos”, da Folha de S.Paulo e do UOL; “Ouro do Sangue Yanomami”, da Amazônia Real e Repórter Brasil; e ““O Estado arma o crime”, dos jornais O Globo e Extra, ficaram com os três primeiros lugares, respectivamente. “Da tortura à loucura: ditadura internou 24 presos políticos em manicômios”, do UOL, também recebeu menção honrosa.
A reportagem especial do #Colabora mostra que, durante quatro décadas, a política governamental de combate à hanseníase no Brasil era baseada na internação à força dos portadores da doença e sua separação da família, inclusive dos filhos recém-nascidos. Na série, publicada em maio de 2021, sobreviventes lembram as dores da separação e filhos cobram, na Justiça, a reparação do Estado. “Chorei tantas vezes, mas tantas vezes, que não tenho como enumerar”, contou a jornalista Letícia Lopes, ao lembrar da apuração da reportagem.
Leu a série premiada? Hanseníase: internação à força e filhos separados dos pais
Neste ano, o especial do #Colabora também conquistou o Prêmio NHR Brasil de Jornalismo, na categoria Webjornalismo. As reportagens vencedoras do 3º Prêmio NHR Brasil de Jornalismo foram anunciadas durante a cerimônia de abertura do 1º Congresso Digital da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, em outubro.
A série premiada foi inspirada no trabalho de conclusão de curso de jornalismo de Letícia, na Universidade Federal Fluminense, em 2019. A reportagem para o #Colabora incluiu atualizações, apurações e a realização de um webdocumentário (veja abaixo) em parceria com os jornalistas Yuri Fernandes e Isabela Carvalho. “Chorei pela dureza das histórias que ouvi: de Dona Santinha, Geraldo, Dona Dodô, Cleima, Seu Dutra. Infâncias entrecortadas por traumas e vidas inteiras dentro de uma cidade dentro da cidade, que parece até coisa de filme, mas foi política de saúde do Estado brasileiro”, destacou.
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“A doença é ainda negligenciada e esquecida no nosso país, tratada por muitos com desprezo e desrespeito, mesmo que o Brasil ocupe a segunda posição em casos diagnosticados em todo mundo. Precisamos todos conhecer o que houve com milhares de brasileiros e brasileiras com hanseníase, crianças e adultos, durante tanto tempo para que nunca mais se repita, lutar pela prevenção e garantir que todos recebam o tratamento de maneira rápida e eficiente”, afirmou Letícia Lopes.
Em 2019, a série “Sem direitos: o rosto da exclusão social no Brasil”, resultado da parceria colaborativa entre o #Colabora, Amazônia Real e Ponte Jornalismo foi também uma das cinco reportagens finalistas da 8ª edição do Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos.