ODS 1
Diário da Covid-19: mais de mil municípios brasileiros já foram atingidos

Os estados de São Paulo, Rio, Ceará, Pernambuco e Amazonas lideram no número de mortos

A pandemia do novo coronavírus se espalha por todo o Brasil, já está presente em todas as regiões, em todos os estados e já chegou a mais de mil cidades. Embora São Paulo e Rio de Janeiro apresentem o maior número de casos e de mortes, não são os que apresentam as maiores taxa de crescimento diário e nem são os que apresentam os maiores coeficientes de incidência e de mortalidade. Minas Gerais, o segundo maior estado em número de habitantes, está entre as Unidades da Federação com as menores taxas de crescimento diário e com os menores coeficientes de incidência e de mortalidade. Alguns estados da região Norte estão em situação crítica. O quadro apresentado aqui, com dados oficiais do Ministério da Saúde, provavelmente, não dá conta de toda a gravidade da situação, pois há muitas subnotificações que sugerem que se pode multiplicar o tamanho do desafio. Por exemplo, o Brasil realizou 13 vezes menos testes do que a Rússia. Portanto, vamos analisar os casos e as mortes notificadas pela covid-19, mas sem desconhecer que os números reais podem ser muito maiores.
O panorama nacional
O Ministério da Saúde informou, na tarde de segunda-feira (04/05), que o país atingiu 105.222 casos e 7.288 mortes pela covid-19, com uma taxa de letalidade de 6,9%. Estes números vieram de todos os cantos do Brasil.
Os gráficos abaixo, retirados do Boletim Epidemiológico n. 14, do Ministério da Saúde, mostra como a pandemia está espalhada por todo o território nacional. Evidentemente, a quantidade de municípios com algum caso de covid-19 (gráfico da esquerda) é muito maior do que a quantidade de municípios com registros de mortes pela covid-19 (gráfico da direita). Mas a tendência geral é de universalização das áreas atingidas pela pandemia.
O panorama regional brasileiro
O gráfico abaixo mostra o número de casos da covid-19 por UF. Evidentemente, São Paulo é a UF com maior número de casos, pois possui cerca de 20% da população brasileira. Mas a segunda UF mais populosa, Minas Gerais, não está nem entre as 10 Unidades com maior número de casos. O Rio de Janeiro está em segundo lugar e Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins são as UFs com os menores números de casos.
O gráfico abaixo apresenta os meus dados anteriores, mas ponderados pela população. Neste caso, três estados da região Norte se destacam: Amapá com 1.720 casos por milhão, Amazonas com 1.588 casos por milhão e Roraima com 1.172 casos por milhão. A média brasileira estava em 478 casos por milhão no dia 04 de maio. Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso são os únicos estados com números abaixo de 100 casos por milhão.
Da mesma forma que a distribuição dos casos, o gráfico abaixo mostra o número de mortes pela covid-19 é maior em São Paulo (2.627 mortes até 04/05), mas o Rio de Janeiro aparece em segundo lugar (1.019 mortes) e Minas Gerais apensa em 11º lugar (com 89 mortes). Ceará com 663 mortes está em terceiro lugar e Pernambuco, com 652 mortes está em quarto lugar. Mato Grosso do Sul (com 10 mortes) e Tocantins (com 4 mortes) são os estados com menor número de óbitos.
O gráfico abaixo apresenta os mesmos dados anteriores de óbitos, mas ponderados pela população. Os estados em destaque negativo são: Amazonas com 130 mortes por milhão, Ceará com 72 mortes por milhão e Pernambuco com 69 mortes por milhão. A média brasileira estava em 33 mortes por milhão no dia 04 de maio. Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins são os únicos estados com números abaixo de 5 mortes por milhão.
A pandemia do coronavírus no Brasil começou na cidade de São Paulo, se espalhou para as demais capitais, avançou pelo interior dos estados e agora cresce com rapidez em um número cada vez maior de municípios. Enquanto São Paulo reduz o ritmo do surto pandêmico, estados como Tocantins e Sergipe aceleram o ritmo. Isto quer dizer que o Brasil ainda terá ondas de crescimento da pandemia se espalhando por diversas partes do território.
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Veja o que já enviamosFrase do dia 05 de maio de 2020
“Não me proponho escrever uma ode ao desânimo, mas gargantear com o vigor de um galo matutino empertigado no poleiro, nem que seja apenas para acordar os vizinhos”
Henry Thoreau (12/07/1817 – 06/05/1862)
Autor de “Desobediência Civil” e “Walden ou A Vida nos Bosques”
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José Eustáquio Diniz Alves é sociólogo, mestre em economia, doutor em Demografia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar/UFMG), pesquisador aposentado do IBGE, colaborador do Projeto #Colabora e autor do livro "ALVES, JED. Demografia e Economia nos 200 anos da Independência do Brasil e cenários para o século" (com a colaboração de F. Galiza), editado pela Escola de Negócios e Seguro, Rio de Janeiro, 2022.