Muita gente apostava que o projeto ia durar apenas um ano, no máximo dois, mas o #Colabora chega ao seu quarto ano de vida reafirmando a certeza de que, juntos, somos capazes de construir um mundo cada vez mais sustentável. O cenário não é muito animador, é verdade. O acirramento das violações e do desrespeito aos direitos sociais, ambientais e econômicos no Brasil deixa o país cada vez mais distante de algo que possa ser chamado de desenvolvimento. O que dirá de um desenvolvimento sustentável.
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Veja o que já enviamosTemos 15 milhões de brasileiros vivendo em situação de extrema pobreza, 55 milhões de pobres, 34 milhões de pessoas sem acesso à água tratada, mais de 100 milhões sem serviço de coleta de esgoto e quase 600 mil domicílios ainda sem energia elétrica. Metade da flora nacional está sob ameaça grave, assim como o campo e a saúde sofrem com a liberação de quase 400 novos tipos de agrotóxicos em 2019. A imagem do país no exterior é cada vez pior. Como diz frase muito popular entre os manifestantes que ocupam as ruas do Chile, “No volveremos a la normalidade porque la normalidade era el problema”.
Esses e muitos outros dados, todos oficiais, mostram que a situação no Brasil e em vários outros países da América Latina está muito distante da normalidade. Os números fazem parte do terceiro Relatório Luz da Agenda 2030, organizado por 32 entidades da Sociedade Civil que acompanham o cumprimento pelo Brasil dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Desde março o Projeto #Colabora adotou os ODSs como base e inspiração para todas as suas reportagens. Qualquer texto, vídeo ou foto publicado no site vem com a indicação do respectivo ODS.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a série de reportagens “Sem Direitos – O Rosto da Exclusão Social no Brasil”, sobre os brasileiros que vivem sem a garantia de direitos básicos, que venceu o 41ª Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria Produção Jornalística em Multimídia. De autoria da jornalista Adriana Barsotti, do #Colabora, a série contou com a participação de Carolina Moura, Catarina Barbosa, Edu Carvalho e Fausto Salvadori, com imagens e vídeos de Daniel Arroyo, Pedrosa Neto e Yuri Fernandes e infográficos de Fernando Alvarus. A reportagem premiada foi resultado de um trabalho colaborativo, parceria entre o Projeto #Colabora, a Amazônia Real e a Ponte Jornalismo, três iniciativas de jornalismo independente e nativo digital.
O Prêmio Vladimir Herzog deste ano se junta, entre outros, ao Prêmio Petrobras, na categoria Sustentabilidade, que vencemos em 2017, com uma série de reportagens sobre a Usina de Belo Monte, de autoria de Marceu Vieira e Marizilda Cruppe. Em quatro anos de existência já são mais de dez prêmios, como o Inep, o da Aberje e o WAN-IFRA. Mas nem só de troféus e diplomas vive um veículo como o #Colabora. Para nós, o maior patrimônio continua sendo a rede de colaboradores, que já conta com quase 300 jornalistas e especialistas de diversos setores, espalhados por todo o país e algumas partes do mundo. São eles que mantêm a diversidade de assuntos e de visões que enriquecem o projeto. Colaboradores também – e igualmente importantes – são todos aqueles que nos apoiam financeiramente todos os meses, garantindo resultados crescentes que nos permitem continuar investindo no bom jornalismo.
Foi com esse mesmo espírito de colaboração que participamos este ano, pela primeira vez, da organização do Festival 3i – Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente, que juntou quase 500 pessoas, durante três dias, na Fundição Progresso, no Rio, para discutir jornalismo, inclusão e democracia, entre outros temas essenciais. O evento contou com a curadoria de mais 12 organizações, além do #Colabora: a Agência Pública, o Poder 360, a Agência Lupa, o Congresso em Foco, o JOTA, o ÉNOIS, o Nexo, o Marco Zero, o Repórter Brasil, a Ponte Jornalismo, a Nova Escola e o ECO.
Mas, sem dúvida nenhuma, o principal indicador de sucesso do Projeto #Colabora não é o resultado financeiro, nem os prêmios que recebemos, tampouco a audiência crescente ou o trabalho criativo dos colaboradores. Nossa razão de existir continua sendo o legado, o propósito, a capacidade que temos de contribuir para a transformação do mundo em que vivemos. E a certeza de que ele pode ser cada vez mais economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente justo.
Teimosamente, vamos em frente.
Parabéns!!! É sempre bom ver o jornalismo de verdade dar bons frutos como o Coabora! Muitos anos maos de vida, com mais colaborações e colaboradores!
parabéns, Agostinho! que esses 4 anos se multipliquem! orgulho de fazer parte dessa história. abs
Vida longa ao Colabora, parabéns , chegar até hoje foi uma grande vitória!!
Obrigado, Helena, estamos juntos. Bjs
Obrigado, Marceu, estamos juntos. Abrs