Festival 3i: 34 mesas, diálogos e painéis sobre jornalismo

Evento virtual de 15 a 25 de março reúne referências do jornalismo nacional e internacional para debater futuro da profissão; confira programação

Por #Colabora | ODS 16 • Publicada em 14 de março de 2022 - 09:41 • Atualizada em 29 de outubro de 2022 - 10:58

Abertura do 2º Festival 3i, promovido por veículos nativos digitais para debater o jornalismo: nova edição será 100% virtual com 34 mesas, diálogos e painéis (José Cícero da Silva – 18/10/2019)

Premiados jornalistas brasileiros e convidados dos Estados Unidos, Colômbia, Argentina e Reino Unido estão entre os palestrantes da terceira edição do Festival 3i – – Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente, que começa nesta terça (15/03) e vai até o dia 25 de março, com uma programação 100% virtual, gratuita e multiplataforma. Entre os participantes, estão o jornalista norte-americano John Lee Anderson, repórter da revista New Yorker, com experiência de correspondente de guerra no Afeganistão, no Iraque e na Síria. Ele vai dividir a mesa de abertura – com o tema ‘O jornalismo que surge no caos’ – com a brasileira Natália Viana, diretora da Agência Pública e presidente da Ajor (Associação de Jornalismo Digital), que organiza o evento este ano.

Veja como se inscrever e assistir: www.festival3i.org e Festival  

Outras palestrantes convidadas são Alison Bethel Mackenzie, vice-presidente de Excelência Corporativa na Report for America, uma iniciativa sem fins lucrativos do The Ground Truth Project que coloca jornalistas emergentes em redações de toda a América para cobrir as histórias não contadas destas comunidades, e Janine Warner, pioneira em jornalismo digital, autora de 25 livros sobre a internet, e cofundadora e CEO da SembraMedia e Knight Fellow do ICFJ (International Center for Journalist). As norte-americanas vão debater, no dia 16/03, ‘Das mídias de massa à massa de mídias: as transformações na indústria jornalística e os avanços e desafios para a mídia independente’, com mediação do professor e jornalista Rosental Calmon Alves, fundador e diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

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Também estão na lista de debatedores a colombiana Maria Teresa Ronderos, diretora do Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP) e ex-editora-chefe da revista Semana e editora política de El Tiempo, maior jornal da Colômbia; o britânico Nishant Lalwani, líder da estratégia global da Luminate para o financiamento de mídia independente; a mexicana Ale Higareda, fundadora e diretora do Malvestida.com, meio de comunicação digital com sede no México que amplifica as vozes e experiências de uma nova geração; e a jornalista argentina Mijal Iastrebner, cofundadora e diretora executiva da SembraMedia.

O Festival 3i – – Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente contará ainda com a presença do jornalista, escritor e líder indígena Aílton Krenak, da escritora e jornalista Eliane Brum, autora de oito livros, inclusive o recente ‘Banzeiro òkòtó: uma viagem à Amazônia Centro do Mundo’, e os premiados jornalistas Taís Gasparian, Juca Kfouri e Elvira Lobato, que lançarão na ocasião o Tornavoz, uma associação que se propõe a garantir defesa jurídica especializada àqueles que sofrem ameaças ou processos em razão do exercício da manifestação do pensamento e da expressão.

Para se inscrever na terceira edição do Festival 3i, basta se cadastrar no site do evento. Os inscritos vão receber por e-mail todos os links para acompanhar a programação. Os participantes poderão interagir, compartilhar desafios e trocar experiências com grandes nomes do jornalismo brasileiro e internacional, além de ter contato com tudo que há de mais atual no ramo do empreendedorismo na comunicação: novos modelos de negócios, narrativas e práticas.

A nova edição está organizada em mesas, painéis e diálogos que serão transmitidos pelo canal do Youtube e Facebook do Festival 3i. São cerca de 40 horas de programação. Dividida em cinco trilhas temáticas – democracia, empreendedorismo, diversidade, meio ambiente e distribuição – o Festival reunirá jornalistas, pesquisadores, estudantes e empreendedores do Brasil e da América Latina para discutir novos caminhos e oportunidades no jornalismo. Todos receberão certificado de participação. A programação inclui 13 mesas de debates e três diálogos, além de 18 painéis que tratam de temas como reportagem freelancer, bolsas de reportagem, cobertura científica, ensino do jornalismo, descentralização da mídia, esportes, jornalismo cultural e podcasts, entre outros.

Rosental Alves no 2º Festival 3, no Rio: jornalista e professor será mediador de liv de lançamento da Ajor (José Cícero da Silva - 18/10/2019)
Rosental Calmon Alves, fundador e diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, no 2º Festival 3i, no Rio: terceira edição contará com referências em jornalismo no Brasil e no exterior (José Cícero da Silva – 18/10/2019)

Programação do Festival 3i

A programação de mesas e diálogos é a seguinte:
15 de Março – 17h
Mesa – O jornalismo que surge no caos – O que o jornalismo tem se tornado e o que existe além dele? A mesa abre os trabalhos com essa reflexão que permeará os dez dias de festival
Com Natália Viana e John Lee Anderson

16 de Março – 19h
Mesa – Das mídias de massa à massa de mídias: as transformações na indústria jornalística e os avanços e desafios para a mídia independente
Com Rosental Calmon Alves, Alison Bethel, Janine Warner

17 de Março – 17h
Diálogo – Livro-reportagem e Amazônia Centro do Mundo – Eliane Brum foi reconhecida em 2020 como a repórter mais premiada da história do Brasil. Publicou oito livros, entre eles o recente lançamento: Banzeiro òkòtó: uma viagem à Amazônia Centro do Mundo.
Com Eliane Brum, Ana Magalhães e Maria Fernanda Ribeiro

17 de Março – 19h
Mesa – Redes sociais e eleições – como vai ser o jogo? – Como será o papel das principais redes (Twitter, Facebook, YouTube, Instagram e Telegram) na campanha eleitoral.
Com Maria Martha Bruno, Jamile Santana, Tatiana Farah e Mariama Correa

18 de Março – 14h
Mesa – Big tech e o futuro do jornalismo digital – Qual é o papel das grandes corporações no trabalho exercido pelo jornalismo profissional? E como garantir um equilíbrio?
Com Paula Miraglia, Iacy Correia, Francisco Brito Cruz e Felipe Estefan

19 de Março – 14h
Mesa – Se ninguém lê/vê/ouve, não existe: o foco na distribuição – Cada projeto tem o seu canal-mãe, mas escolher como operar esteticamente esse material é um trabalho estratégico.
Com Filipe Speck, Lorena Morgana, Ronaldo Matos e Ale Higareda

20 de Março – 14h
Mesa – Ódio e desinformação contra os profissionais que os combatem diariamente – Quais as consequências da desinformação e do discurso de ódio que resvalam na vida de quem combate essa questão cotidianamente? Jornalistas são perseguidos politicamente por combater a desinformação e, dentro de uma perspectiva racializada, buscamos entender o ódio e a desinformação nas redes — e suas consequências fora delas.
Com Tai Nalon e Gabi Coelho

20 de Março – 16h
Mesa – Produções jornalísticas em rede: como articular grandes coberturas? – Coberturas com colaboração entre redações têm sido cada vez mais frequentes. Jornalistas contam as suas experiências.
Com Joana Suarez, Katia Brasil, Maria Teresa Ronderos, Alexandre De Santi

21 de Março – 18h
Diálogo – A pauta como lugar de posicionamento, reflexão e re-humanização – Como encarar a pauta além de uma perspectiva pragmática e instrumental? Que caminhos precisam ser adotados, desde o início, para uma produção jornalística que procure superar estereótipos e o senso comum? Fabiana Moraes está escrevendo um livro sobre pauta e ativismo, que será lançado neste primeiro semestre pela Arquipélago Editorial
Com Fabiana Moraes e Laércio Portela

21 de Março – 19h
Mesa – Diversidade no jornalismo – Como fazer? – Como estruturamos as redações para serem mais inclusivas e isso se refletir na produção?
Com Sanara Santos, Helton Gomes, Midiã Noelle, Thais Bernardes

22 de Março – 19h
Diálogo – “Ecologia do desastre”, uma entrevista com Ailton Krenak – Líder histórico, jornalista, escritor e ambientalista, Ailton Krenak é uma das principais referências da filosofia indígena da atualidade. Na entrevista ele abordará temas como a imprensa brasileira cobre as questões indígena, ambiental e a crise climática que está afetando o mundo inteiro.
Com Aílton Krenak, Elaíze Farias e Renata Machado Tupinambá

23 de Março – 17h
Mesa – Tornavoz: em defesa da expressão livre – Marcando o lançamento do Tornavoz, convidados apresentam depoimentos de desafios que enfrentaram ao serem processados judicialmente ou atacados fisicamente em virtude do exercício de seu trabalho jornalístico.
Com Taís Gasparian, Elvira Lobato, Juca Kfouri e Alex Silveira

23 de Março – 19h
Mesa – Novos olhares para cobertura ambiental – O jornalismo tem de se preparar para os desafios na cobertura de temas ambientais. As pautas se conectam em uma complexidade que exige dos profissionais a busca por conhecimentos em áreas distintas. Clima, biodiversidade, economia, empresas, gestão pública, ODS, ESG, geopolítica etc.
Com Maristela Crispim, Mariana Belmont, Claudio Angelo e Marina Marçal

24 de Março – 19h
Mesa – A periferia no centro, no centro da periferia – Os desafios e as tecnologias usadas na cobertura jornalística nas periferias do Brasil e sua importância para a diversidade e pluralidade das mídias no mundo contemporâneo
Com Daniele Moura, Alessandra Taveira, Carla Siccos, Emerson Santos, Caê Vasconcelos, Eduarda Nunes, Joyce Cursino, Jefferson Barbosa, Liz Vianna, Michel Silva e Renê Silva

25 de Março – 18h
Mesa – Financiamento e sustentabilidade dos veículos digitais: por que ainda é tão difícil viabilizar? – A sustentabilidade financeira das organizações jornalísticas segue sendo um grande desafio para o jornalismo – assim como a credibilidade e o serviço à sociedade.
Com Simone Cunha, Mijal Iastrebner, Elaine Silva, Nishanti Lalwani e Penda C. Howell

25 de Março – 20h
Mesa – Ombudsman: onde chegamos com o festival e para onde vamos? – Quanto conseguimos evoluir nos debates pautados durante os 10 dias de festival, nas mesas e painéis, e o que fazemos com isso agora?
Com Carolina Monteira, Joana Suarez, Camila Silva e Rodrigo Alves

Patrocínio e apoio

O evento é patrocinado por Google News Initiative e Meta Journalism Project. As duas empresas de tecnologia estarão presentes no evento por meio de conteúdos e oficinas exclusivas, que serão divulgadas aos inscritos durante o festival. “Seguimos comprometidos em apoiar o ecossistema de notícias no Brasil e felizes com esta parceria com o Festival 3i. Por meio do Meta Journalism Project, temos trabalhado de perto com organizações de notícias de todo o país para construirmos, juntos, novas oportunidades de conectar pessoas e notícias e para reforçar nosso compromisso como aliados no desenvolvimento de comunidades e de modelos de negócios cada vez mais inclusivos e sustentáveis no jornalismo”, afirma Sabrina Passos Cimenti, gerente de parcerias estratégias da Meta com veículos de notícias no Brasil.

As trilhas temáticas têm apoio de Climate and Land Use Alliance (CLUA), Fundação Tide Setubal e Luminate. “Num momento de falta de confiança generalizada nas instituições democráticas, no sistema político e econômico, enquanto espaços ou instrumentos de ampliação de direitos, nos colocamos a tarefa democrática, ao mesmo tempo difícil e fundamental, de construção de maiorias comprometidas com a justiça social e com a reparação e desmantelamento de injustiças raciais, de gênero e históricas”, afirma Márcio Black, coordenador do Programa de Democracia e Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal,  uma das três apoiadoras de trilhas do evento.

O evento também conta com o apoio da Climate and Land Use Alliance (CLUA) à trilha de Meio Ambiente, assim como da Luminate à trilha de empreendedorismo. Para Rafael Georges, diretor na Luminate, a relação entre sustentabilidade financeira e independência é fundamental no jornalismo.

“O jornalismo independente, inovador, de impacto, que monitora governos, é um jornalismo que hoje se expande via digital. Nosso apoio no festival tem o objetivo de gerar novas ideias e soluções para expandir a mídia independente no Brasil, e fazer com que ela pense na sua sustentabilidade”, afirma.

A diversidade também é central na nova edição, desde a construção da equipe de produção até a formação das mesas e convidados. “Nos apoiamos na construção de um festival que valoriza as coberturas feitas nos diversos territórios brasileiros, e pelos diversos grupos  que representam e refletem a pluralidade do nosso país. Entendemos que não deve existir espaço para reproduzir o senso comum. Acreditamos que está no DNA do 3i discutir, valorizar e abrir caminhos para as nossas potências”, explica Géssika Costa, coordenadora de projetos na Ajor.

#Colabora

Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.

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