Dois dias depois de líderes mundiais assinarem o Acordo de Paris na ONU, em que se comprometem a combater o aquecimento global, estreia a sexta temporada de “Game of Thrones”, neste domingo, no HBO. Mas que diabos uma coisa tem a ver com a outra? “GoT” é uma série de fantasia, com dragões, bruxas e muitos outros ingredientes fantásticos. Não é “House of Cards”, tão comparada ao atual cenário político brasileiro que – admito – estou sem paciência para continuar a assistir.
[g1_quote author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”solid” template=”01″]As teorias fazem outras analogias: os guardiões da Muralha, que tentam impedir a entrada dos Walkers, seriam os cientistas, que alertam para as mudanças climáticas, sem que os governantes tenham dados ouvidos por muitos anos.
No entanto, a despeito do distanciamento do nosso mundo, a série – derivada dos livros “As crônicas de gelo e fogo” – serve como alegoria para um punhado de acontecimentos do lado de cá da realidade – empoderamento femininino, imperialismo, por exemplo.
Não poderia ser diferente, é sempre assim com a ficção, certo? Mas não acredito numa intenção secreta do autor George R. R. Martin de denunciar o aquecimento global, o descaso dos países ricos etc. Mesmo assim, dá para brincar um pouco com essa mistura de ficção e realidade. O Greenpeace fez um vídeo legal recentemente, e, há dois anos, Daily Mail , a agência Reuters e o Vox falaram do assunto.
Martin confirmou, em entrevista à Al Jazeera, que há uma inspiração nas mudanças climáticas. “Quer dizer, temos coisas acontecendo no mundo atualmente, como as mudanças climáticas, que são uma ameaça para o mundo inteiro (…). Mas as pessoas estão usando isso como um jogo político… A gente imaginaria que todos se uniriam para melhorar isso (…). Isso pode fazer a raça humana desaparecer. Então eu quis fazer uma analogia, não especificamente com os tempos modernos, mas como uma coisa em geral na estrutura do livro”.
Nesta sexta temporada, os fãs – até mesmo os que leram os livros lançados até aqui – estão da expectativa do que foi anunciado desde a primeira temporada: “O inverno está chegando…”, relembram sem lema com frequência, os membros do clã Stark. No final da quinta, os White Walkers, uma espécie de zumbis que trazem esse inverno extremo a Westeros, estão muito perto. No que vai dar, vamos começar a descobrir neste fim de semana.
As teorias fazem outras analogias: os guardiões da Muralha, que tentam impedir a entrada dos Walkers, seriam os cientistas, que alertam para as mudanças climáticas, sem que os governantes tenham dados ouvidos por muitos anos. Os reinos seriam os países desenvolvidos, que demoraram – há quem acredite – demais para perceber a extensão dos danos permanentes que o aquecimento global pode causar à Terra.
Não sabemos direito o que significa um inverno ainda mais rigoroso em GoT, uma vez que, alguns lugares, como o Norte, já parecem gelados o tempo todo. Por aqui, na Terra, as temperaturas médias globais subiram entre 0,4 e 0,8 °C nos últimos cem anos. A última esperança é que o Acordo de Paris, firmado na COP-21, que limita o aumento da temperatura abaixo de 2°, preferencialmente no teto de 1,5°C, em relação à temperatura pré-revolução industrial, seja respeitado. De qualquer forma, para nós, o slogan é “O verão está chegando…”.