O último relatório do IPCC afirma que podemos esperar perdas entre 0,2% e 2,0% do PIB dos países, uma vez que as alterações climáticas afetam agricultura, recursos hídricos e economia global. Os eventos climáticos interagem com o desenvolvimento das nações agravando a distância entre as ricas e as pobres, ampliando conflitos e aumentando a violência na disputa por recursos naturais.
A Síria é um exemplo. O país tem ocupado as manchetes mundiais por ser um dos palcos das atrocidades do Estado Islâmico e fonte de desentendimentos quanto a forma de enfrentar o problema, por parte das grandes potências mundiais. A última década foi de seca extrema na região, fazendo com que mais de 1 milhão de sírios migrasse do campo para as cidades por conta da dessertificação de suas terras, gerando conflitos com a população urbana, desestabilizando o regime autoritário de Bashar al Assad. O descontentamento da população, segundo alguns analistas e estudiosos de segurança climática, criou um ambiente propício para a emergência do Estado Islâmico. Da mesma forma, no Norte da Nigéria, a pobreza das terras, a escassez de alimentos, certamente contribuíram para o surgimento do violento movimento islâmico Boko Haram. As perdas de colheita na China, por conta da falta de chuvas, fez com que o preço do trigo no mercado internacional dobrasse, impactando o orçamento doméstico dos egípcios, grande importador de trigo, gerando uma grande insatisfação popular contra o poder de Hosni Mubarak, deposto em 2011, desestruturando politicamente toda a região.
A violência não é uma característica deste século, nem tampouco o fanatismo religioso. O importante é que não haja terreno fértil para que isto se propague, cresça e ganhe força. É neste particular que os chefes de estado, reunidos na COP21 em Paris, poderão conjuntamente contribuir para a redução da violência e das mortes absurdas em travessias arriscadas pelos mares ao redor da Europa. O mundo encontrará em Paris uma oportunidade de dar início à eliminação deste ambiente favorável à disseminação do fanatismo. Não acabará com ele, mas poderá começar a retirar o “oxigênio” do movimento. Segundo Agnes Sinai, do Le Monde Diplomatique, a mudança climática é um multiplicador de ameaças e modifica as relações internacionais.
Gostando do conteúdo? Nossas notícias também podem chegar no seu e-mail.
Veja o que já enviamosO aumento de temperatura média do planeta e seus impactos atuam como uma eficiente incubadora para germinar estes transmissores de ódio. Nas próximas semanas o mundo irá se encontrar em Paris, num clima de insegurança, para buscar um acordo climático, que se for ambicioso, objetivo e justo, poderá mitigar a violência e a intolerância que brotam da escassez de recursos naturais.
ola suzana,
meu nome é Jair Teixeira, sou diretor de biotecnologia da Benger do Brasil. temos muitos projetos para o meio ambiente. se você quiser dar uma olhada, posso enviar material para você.
grato.