Foi lançado, esta semana, o movimento Kpop4Planet, que serve de apoio à Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP26) que acontece em novembro, na Escócia. O projeto tem como objetivo a conscientização e a mobilização de jovens para a causa. Em seu site, a ação conta com gráficos que mostram os fã-clubes do K-Pop e os países com maior número de participantes, incentivando a competitividade entre grupos e aumentando o alcance do movimento.
Nas redes sociais, o movimento divulga boas ações feitas por fãs e promove o apoio a jovens ativistas, como a sueca Greta Thunberg, de 18 anos. Com base na forte cultura de grupo e na dedicação dos apaixonados pelo gênero, o Kpop4Planet espera engajar os fãs do pop coreano no mundo a fora. Há 1.799 fã-clubes de “cultura K” em 98 países, com cerca de 100 milhões de integrantes, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Coréia.
A ideia surgiu após a fama adquirida nas redes sociais, principalmente no Twitter. Os grupos de fãs já invadiram e congestionaram diversas hashtags extremistas com seus famosos vídeos de fancam (vídeos de seus ídolos preferidos performando). Campanhas como #WhiteLivesMatter e #MakeAmericaGreatAgain são bombardeadas com os vídeos de fancam, fazendo com que as tags percam o foco e se dispersem.
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Veja o que já enviamosUm dos casos mais famosos de interferência por fãs de K-Pop foi quando a polícia de Dallas, nos Estados Unidos, lançou o aplicativo iWatch Dallas, que tinha como objetivo receber denúncias em vídeo de protestos por conta da morte de George Floyd. Os fãs de k-pop fizeram o aplicativo sair do ar após um congestionamento nos servidores por conta de fancans.
Durante as campanhas para as eleições americanas de 2020, o ex-presidente dos EUA Donald Trump fez um comício na cidade de Tulsa, no estado de Oklahoma. A equipe do ex-presidente esperava uma arena lotada, mas o local do evento ficou parcialmente vazio, principalmente por conta de um movimento dos fãs de K-Pop. Tudo aconteceu porque os jovens se mobilizaram para acessar o site do evento e confirmar presença, mesmo sabendo que não iriam comparecer.
Os idols (ídolos – como são chamados os artistas de K-Pop) são os principais influenciadores para todos esse engajamento de seus fãs. Em agosto de 2020, o grupo Red Velvet, quinteto só de mulheres e um dos mais populares do gênero, se tornou embaixador do International Day of Clean Air for Blue Skies (Dia Internacional do Ar Limpo por Céus Azuis) da ONU.
Em fevereiro de 2021, o grupo Blackpink gravou vídeos para alertar seus fãs sobre os efeitos das mudanças climáticas. No material, o grupo fala sobre a importância de discutirmos medidas para controlar as mudanças climáticas e convoca os Blinks (como são chamados seus fãs) para lutarem pela causa. O quarteto feminino é considerado uma das bandas mais influentes nas redes sociais, com 57,7 milhões de assinantes de seu canal no YouTube e foi nomeado embaixador da COP26, marcada para Glasgow (Escócia), pelo governo britânico.
O K-pop, abreviação de korean pop, surgiu em 1992 na Coréia do Sul, mas graças ao poder das redes sociais o gênero se difundiu globalmente. Tendo como principais características as letras que misturam mais de um idioma, o foco na dança e videoclipes cinematográficos, o K-pop se consagrou como o queridinho dos millennials e da geração Z.
Em setembro de 2020, um dos maiores grupos do gênero, o BTS, atingiu o primeiro lugar na Billboard Hot 100, a principal parada musical do mundo. Foi uma das poucas vezes em que uma música com sua maioria cantada em um idioma diferente do inglês encabeçou a lista.