As temperaturas globais sobem, levando a impactos fisicamente substanciais. Com isso, desastres como ondas de calor e enchentes crescem em frequência e severidade, junto com a elevação do nível do mar. Estes riscos da mudança do clima irão se traduzir em problemas socioeconômicos, desafiando líderes, legisladores e populações em todo o planeta. A questão é: como conter esta distopia?
Pode-se começar pelo transporte: as emissões do setor – principalmente transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo – foram responsáveis por mais de 24% das emissões globais de CO2 em 2016, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA). E as pessoas viajam cada vez mais. A descarbonização do setor criaria um futuro mais limpo e saudável no futuro. E isto pode ser feito sem as interconexões que esperamos da modernidade.
O uso da energia para o transporte é a soma de aonde se vai e de como chegar lá. O consumo total do setor cresceu cerca de 34% nos primeiros 15 nos do século 21. As emissões totais aumentaram menos, em 31%, o que reflete avanços em eficiência.
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Veja o que já enviamosPadrões de maior eficiência devem servir não apenas para automóveis mas também para veículos de carga pesada, como caminhões e ônibus. O transporte público pode queimar menos carbono do que veículos privados. O foco no caso tem sido nos investimentos em eletrificação, expansão das redes e outros serviços de locomoção. Ônibus elétricos, por exemplo, têm sido adotados na China e no Chile. Isso pode ser melhorado com planejamento urbano e com intensificação da utilização de bicicletas e adoção de caminhadas.
Como podemos atuar coletivamente? Podemos fazer para começar um pequeno esforço. Basta dirigirmos anualmente 19%, ou cerca de 2.000 quilômetros por ano. Isto poderia causar um corte, apenas no caso dos Estados Unidos, de 110 milhões de toneladas métricas. É o mesmo que fechar 28 usinas a carvão por um ano. No mundo, existem cerca de 957 milhões de automóveis.
Em 2010 havia três modelos de carros elétricos. Hoje são mais de 40, com a entrada do mercado de empresas como Mercedes Benz, Jaguar e Audi, e versões mais baratas incluem Kia, Hyundai e Nissan. Em contrapartida, as viagens por aviões tiveram um aumento acentuado. Eles carregaram 4.3 bilhões de passageiros em 2018. E de acordo com a Comissão Europeia, suas emissões devem crescer entre 300% e 700% até 2050.
Um pequeno movimento – ainda pequeno mas expressivo – acontece na Europa e nos EUA. Ativistas jovens como a sueca Greta Thunberg pregam a diminuição de riscos para a saúde e o meio ambiente e estão ajudando a aumentar a consciência dos danos criados pela indústria de aviação. Cerca de 10 metros de gelo de verão do Ártico derretem a cada passageiro que voa quatro mil quilômetros. No mar, navios de cruzeiro emitem três ou quatro vezes mais carbono por passageiro que a aviação comercial.
Na Califórnia, um estado conhecido por seu pioneirismo na adoção de medidas contra o aquecimento global, o governador Gavin Newson recentemente publicou um decreto segundo o qual veículos de passageiros terão que ser zero carbono até 2035. O decreto envia um sinal para as montadoras e intensifica a batalha com o presidente Trump, que tem feito o possível para jogar no lixo décadas de esforços de proteção do ambiente. Uma possível reeleição e a composição cada vez mais direitista da Suprema Corte terão efeitos catastróficos.
Metas adicionais envolvem zero emissão para veículos de médio e grande porte até 2045. No setor, são a favor do decreto Ford, Volkswagen. BMW e Honda; estão contra General Motors, Toyota, Fiat, Chrysler e diversas outras montadoras de menor porte. Pense nisso quando for comprar um carro.