Calor recorde na Europa

“Praia” em Trocadero perto da Torre Eiffel: onda de calor se espalha pela Europa (Foto: Bertrand Guay / AFP)

Temperatura volta a subir e passa dos 40 graus no continente; especialistas ligam fenômeno à crise climática

Por Oscar Valporto | ODS 13 • Publicada em 25 de julho de 2019 - 08:00 • Atualizada em 26 de julho de 2019 - 01:47

“Praia” em Trocadero perto da Torre Eiffel: onda de calor se espalha pela Europa (Foto: Bertrand Guay / AFP)
“Praia” em Trocadero perto da Torre Eiffel: onda de calor se espalha pela Europa (Foto: Bertrand Guay / AFP)

Depois do junho mais quente da história, uma nova onda de calor fez a temperatura bater recordes por toda a Europa. Na Holanda, a máxima alcançou 41,7 graus, a temperatura mais quente já registrada no país, onde os termômetros nunca haviam atingido os 40 graus antes. A marca também é inédita na vizinha Bélgica, onde também foi registrado um recorde absoluto de calor com 40,2º graus, em Liège, no leste do país. Diretor do Centro Copernicus de Mudanças Climáticas – Centro Europeu de Meteorologia, Jean-Noël Thépautm disse que nova onda de calor, como a anterior, está relacionada a emergência climática. “Há estudos sobre a atribuição de ondas de calor às alterações climáticas e, por exemplo, na última semana de junho parecia que era pelo menos cinco vezes mais provável haver este tipo de ondas de calor com as alterações climáticas do que sem as alterações climáticas. Por isso, é bastante grave”, afirmou.

Por todo o continente, houve alertas de cuidado com a saúde e os europeus ocuparam lagos, praias e piscinas públicas para se refrescarem. Paris bateu seu recorde histórico de calor em mais de 70 anos, com 41° graus, registrado às 13h42 (08h42 de Brasília) na capital francesa – os termômetros de rua chegaram a marcar 45. Desde o início das medições, em 1873, a capital havia ultrapassado a barreira dos 40° C apenas uma vez, em 28 de julho de 1947, com 40,4°. Na Alemanha também houve um novo recorde de calor, com a temperatura chegando a 40,9° C, em Lingen, no norte do país, perto da fronteira com a Holanda. No Reino Unido, as temperaturas passaram dos 39 graus. “Existe uma chance de 40-50% de que este será o julho mais quente já registrado. Esta onda de calor está alinhada exatamente às previsões da mudança climática”, disse a doutora Karsten Haustein, do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford.

A Itália decretou alerta vermelho no norte do país, onde a onda de calor elevou as temperaturas a 37 graus em cidades como Florença. O Ministério da Saúde da Itália informou que apesar do calor de quinta, o pico será na sexta-feira, quando 14 cidades estarão em alerta vermelho (Bolonha, Bolzano, Brescia, Florença, Frosinone, Gênova, Milão, Pescara, Perugia, Rieti, Roma, Turim, Trieste e Verona). De acordo com o governo italiano, o vermelho significa “emergência diante dos possíveis efeitos sobre pessoas saudáveis e ativas e não só sobre grupos de risco como idosos, crianças ou pessoas com doenças crônicas”. Em regiões da planície do rio Pó (no norte do país) a temperatura deve superar os 40 graus e pode chegar a 45 graus.

Oscar Valporto

Oscar Valporto é carioca e jornalista – carioca de mar e bar, de samba e futebol; jornalista, desde 1981, no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, no Governo do Rio, no Viva Rio, no Comitê Olímpico Brasileiro. Voltou ao Rio, em 2016, após oito anos no Correio* (Salvador, Bahia), onde foi editor executivo e editor-chefe. Contribui com o #Colabora desde sua fundação e, desde 2019, é um dos editores do site onde também pública as crônicas #RioéRua, sobre suas andanças pela cidade

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