Séculos antes dos tanques, mísseis e aviões vistos agora na guerra na Ucrânia, eram de navio que vinham ataques e invasores. E cidades à beira-mar, como o Rio de Janeiro, construíam fortes para sua defesa
A cidade nasceu forte. Estácio de Sá fundou o Rio de Janeiro em 1565 entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, e ergueu um fortim, o Reduto São Martinho, para defender sua posição na Baía de Guanabara
A missão de Estácio era expulsar invasores franceses. Missão cumprida, os portugueses reforçaram sua base estratégica na baía: em 1572, instalaram o Reduto São Teodósio, com outra bateria de canhões
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Veja o que já enviamosEm 1578, foi aberto o Forte São José, uma construção maior, a oeste da entrada da barra. A chamada Fortaleza de São João foi concluída com a instalação do Reduto São Diogo, na outra ponta da península, em 1618
A história da fortaleza, na ponta da Urca, mistura-se com a da cidade: há um monumento no local onde Estácio de Sá teria fundado o Rio. O portão do fortim São Martinho foi preservado.
Em 1872, o Forte São José foi inteiramente reformado para melhorar a defesa da costa, com a instalação de 17 casamatas de pedra lavrada, com parapeito de granito e um grande paiol em forma de abóbada
Mas os fortes da Urca não foram os primeiros a guardar a cidade. Em 1555, 10 anos antes da fundação do Rio, o almirante francês Villegagnon instalou uma bateria de canhões na pequena Ilha de Lage
Após expulsar os franceses, os portugueses ocuparam militarmente este rochedo quase plano que divide a entrada da Baía de Guanabara. Em 1716, foi concluída a Fortaleza de Laje, hoje desativada
Villegagnon tinha outra fortificação do outro baía para defender suas posições: as muralhas da Fortaleza de Santa Cruz da Barra foram erguidas em 1555, quase 20 anos antes da fundação de Niterói
A Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, guarda hoje um acervo de 45 canhões dos séculos XVIII e XIX, além de uma capela de 1612, com uma imagem de Santa Bárbara do século XVIII.
Niterói, por sua localização estratégica, também recebeu outros fortes. Em 1567, foi instalado um posto de vigilância no alto do Morro do Pico, onde, dois séculos depois, foi erguido o Forte São Luiz.
O Forte São Luiz foi praticamente reconstruído já na República, recebendo modernas instalações militares. As ruínas da fortificação original no Morro do Pico ainda são mantidas pelo Exército.
O Forte do Gragoatá foi erguido no século XVII na ponta da antiga praia de São Domingos, com vista para a baía e para a cidade do Rio, com guaritas no ponto mais elevado da rocha, penduradas sobre o mar.
Outro fortim foi construído no século XVII na Ilha de Boa Viagem, perto da ponta da praia do mesmo nome, também em Niterói. Foi bombardeado na Revolta da Armada, em 1893 e está em ruínas
Também em Niterói, o Forte do Imbuhy foi erguido no local usado militarmente para combate aos holandeses no fim do século XVI. Em 1863, o Exército decidiu erguer ali um forte, que só começou a funcionar em 1901
No Rio, foi o temor de ataque de navios holandeses que levou a construção da fortaleza da Ilha das Cobras, em 1624. Ainda no século 17, a fortificação foi reformada e a ilha ganhou um segundo forte
Sob os cuidados da Marinha, a Ilha das Cobras abriga hoje a ilha abriga o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, o Comando Geral dos Fuzileiros Navais, o hospital e o centro de perícias médicas da Marinha.
Também no centro do Rio, a Fortaleza do Morro da Conceição foi construída no local onde francês René Duguay-Trouin instalou bateria de canhões ao invadir a cidade em 1711. O forte serviu como prisão para revoltosos até 1930
Os fortes mais recentes do Rio foram erguidos para a defesa também do litoral de mar aberto. O Forte Duque de Caxias, no alto do Morro do Leme, foi construído em 1913 sobre as ruínas do Forte do Vigia.
Com vista privilegiada da Baía de Guanabara e da Praia de Copacabana, o Duque de Caxias foi desativado como forte, passou a sediar um centro de estudos do Exército e atrai visitantes para a sua preservada área verde
Ao ser inaugurado em 1914, o Forte de Copacabana era considerado a mais moderna instalação militar da América do Sul, com potentes sistemas de canhões fabricados na Alemanha e casamatas voltadas para o mar
O destino do Forte de Copacabana deveria ser o mesmo de todas as construções para guerra no mundo inteiro: virou o Museu Histórico do Exército, fpólo de preservação da memória e área de lazer para os cariocas