(Reportagem publicada originalmente no Coca-Cola Journey)
Há nove anos, a vida de Roberto Brito de Mendonça passou por uma reviravolta. Foi em 2009 que o então madeireiro, hoje com 42 anos e morador da comunidade Tumbira, à beira do Rio Negro, no Amazonas, resolveu abandonar a atividade que alimentou três gerações de sua família. O motivo? Roberto percebeu que uma imensa engrenagem estava promovendo o aquecimento global — e que ele era um dos vilões dessa história. Ele também entendeu que o desmatamento trazia mudanças climáticas que afetavam a qualidade de vida de sua gente.
Hoje, Roberto é líder comunitário e luta pela preservação das matas que cercam a comunidade isolada que, há dez anos, contava com apenas 38 moradores (hoje, com as melhorias, são 118). Mas o caminho para chegar ao grau de conscientização que ele exibe atualmente foi longo, muito longo. A labuta começou cedo, aos 12 anos. O aprendizado era simples: bastava observar o pai e imitar seus movimentos e suas manhas no manejo da motosserra (Roberto lembra que chegou a ver o avô cortando árvores com o serrote de um metro e quarenta centímetros de comprimento).
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Veja o que já enviamosAo todo foram 21 anos desmatando. O ex-madeireiro diz que, apesar de “tirar madeira”, ele e seus colegas apreciavam a floresta, mas precisavam buscar o sustento em algum lugar — e simplesmente não conheciam outra atividade ou conceitos como o de sustentabilidade. Ele revela, melancólico, que olhava para a mata e via ali uma única finalidade: a extração. Da mesma forma, olhava para o rio e não dava valor. E, antes que alguém pergunte, sim, a retirada de madeira era (e é) clandestina e ilegal. Uma atividade pesada e sem futuro, nas palavras do próprio Roberto.
[g1_quote author_name=”Roberto Brito” author_image=”lider comunitário” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]É importante que o brasileiro conheça o interior. Estamos de portas abertas para mostrar a natureza
[/g1_quote]A mudança veio com a chegada da Fundação Amazonas Sustentável à comunidade. De acordo com o líder comunitário, que se tornou empresário e hoje é dono de uma pousada que opera com turismo ecológico e de aventura, a fundação trouxe parcerias com grandes empresas como a Coca-Cola Brasil, entre outras. Através destas parcerias, foram implementados projetos educacionais que mostraram aos ribeirinhos novas maneiras de enxergar o mundo ao seu redor.
Clique para assistir aos outros episódios do webdocumentário “Terra Molhada”
“A Coca-Cola Brasil, por exemplo, reuniu uma turma de artesãos que ensinou a aproveitar material que antes era jogado no lixo ou queimado”, conta Roberto. “Hoje eu levo um grupo de turistas para ver uma árvore na floresta, uma Sapopemba. No dia seguinte levo outro grupo e depois mais outro. Antes eu derrubava a árvore e acabou-se. Não tinha mais nada”, conclui.
Essa postura ecologicamente responsável é passada à nova geração. Os três filhos de Roberto, dois rapazes e uma moça com idades entre 18 e 23 anos, jamais pegaram numa motosserra: “Esses meninos nunca derrubaram uma árvore. Eu passo o conhecimento para eles, só não ensino a tirar madeira”. O líder comunitário se ressente, porém, da distância mantida pelos brasileiros. “Manaus fica a 70 quilômetros e pouca gente de lá nos visita. É importante que o brasileiro conheça o interior. Estamos de portas abertas para mostrar a natureza”, convida.
Vamos?
*Esta história faz parte de uma série sobre brasileiros que trabalham para preservar o bem mais valioso do planeta, a água. Todos são beneficiados por projetos apoiados pela Coca-Cola Brasil e também aparecem no documentário “Terra molhada”. Clique aqui para conhecer mais histórias.
[g1_divider] [/g1_divider]COCA-COLA BRASIL
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