“Eu sou conhecido aqui como JR, e o apelido mais antigo é capeta. Nasci em Vigário Geral e passei a vida aqui. A única coisa que avançou em Vigário é a densidade demográfica. Os serviços públicos só caíram. As cinco escolas do bairro são as mesma de 30 anos atrás. Não tem estrutura para servir à comunidade. As famílias estão no mesmo patamar socioeconômico. São muito poucos aqueles que conseguiram chegar ao Ensino Superior. No governo Lula e Dilma, tivemos um crescimento da entrada na universidade, mas isso não quer dizer que houve um crescimento social de classe.
O único bem tombado de Vigário Geral é o coreto da Praça do Catolé, que está caindo. Está abandonado como o bairro. A escola Jorge Gouvea está em um lugar provisório há mais de 30 anos, por causa de uma enchente. O lado positivo é a força e resistência dos moradores.
Mesmo com todo problema da violência, o bairro continua bom de morar. A chacina deixou uma sequela no bairro e sempre vai haver. Chocou não só o bairro, mas toda a sociedade carioca e ainda não fui superado isso. Sempre vamos viver com essa marca. Já dizia Vital Farias: “o lutador traz no peito a marca de sangue dos seus mortos e a certeza de luta dos seus vivos”. Tem que lutar para continuar vivendo”.