Na última vez que estive aqui, antes do primeiro turno, tracei esperanças de um futuro começando diferente a partir do dia 3 de outubro de 2022 – ou indicando melhorias. O que mata é a expectativa antecipada; e o que veio mesmo em fartura foi desespero.
Não só individual, mas coletivo; o gosto amargo de ressaca, apesar de bons números e algumas poucas coisas aqui ou acolá, nos fazem ir para um segundo turno das eleições presidenciais com tensão. E pressionados, de mãos atadas.
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O inimigo nunca esteve oculto. Viesse o que podia surgir, o que sempre definiu essa eleição, mais do que em 2018, era e é, antes de mais nada, o apreço pela democracia. Mas será que estávamos todos em alerta para essa questão?
Em agosto, pesquisa Datafolha avaliou a opinião dos brasileiros sobre a melhor forma de governo. Se dividiam entre as respostas “democracia”, “ditadura” ou “tanto faz”.
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Veja o que já enviamosO panorama talvez de uma bolsa mostrou que 75% dos brasileiros acreditam que a democracia “é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo”, contra 7% que acham que a ditadura “é melhor em certas circunstâncias”. Para 12%, tanto faz “se o governo é uma democracia ou uma ditadura”.
Os números não mentem, já aponta Charles Seife em seu livro; mas eles podem ser escondidos pela maneira como são captados. E não por erro de quem produz pesquisas, e sim por quem responde. E, temendo retaliações severas, olhares tortos e julgamentos, podem esconder ainda mais.
E dentro da dinâmica “democracia”, eixos que garantem liberdade, em uma falsa interpretação para temas como economia, patriotismo e fé. Os desafios estão postos, e a rota para colisão pode ser definitiva.
Em recente entrevista para o jornal O Globo, Joe Mulhall, diretor da organização britânica antifascista HOPE Not Hate, sacramentou: “Nem todos acreditam na democracia”. Como vamos lidar com isso a partir de agora?
A questão é no aspecto Individual, que se “desenhou” na volta da “normalidade”! Quantos Bissexuais se encorajaram, quer pelo detalhe home office ou o isolamento social em si, que “escancarou” relações heteras desgastadas ou concluidas, a se permitirem a homoafetividade! Pela manhã, o “meu taxista”, antes de eu descer do carro, me deu aquela despedida (beijo demorado), que ainda no ano passado, seria Inimaginável ocorrer (ainda não tinhamos começado a nos conhecer mais)!