“Sou uma resistência política, saindo da Baixada para o mundo”. É assim que se define a estudante de Jornalismo Larissa Rios, que enfrentou os paradigmas de sua criação evangélica ao se assumir bissexual. Quando criança, ela gostava de ir à igreja para participar dos grupos de dança. Seus dilemas começaram com a descoberta de sua bissexualidade, feminismo e militância negra. Viu-se excluída das atividades que participava na igreja, onde era nítida a repressão à sexualidade em geral. “O sexo é um mito. Beijar na boca antes do namoro era visto como prostituição”, afirma Larissa no segundo episódio da série “LGBTs: fora do culto”.
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[/g1_quote]A pena era maior quando o assunto era a homossexualidade. Ela lembra que um amigo gay era constantemente corrigido no “famoso gabinete”, uma sala onde os pastores e líderes impunham as interpretações bíblicas: “É errado, é errado e é errado.” Sobre a cura gay, a estudante não hesita: “Chacota”.
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Larissa conta que, por causa da religião, tentava abstrair os primeiros desejos por outras mulheres. Interpretava como Satanás plantando coisas em sua mente e preferia acreditar que era uma nuance de suas amizades: “Demora muito tempo para você se aceitar, para você entender que o que você é não é errado.”
A jovem foi ameaçada quando o pai descobriu que ela tinha uma namorada: “Eu vou te bater se você fizer a sua mãe chorar de novo”, diz ela relembrando a frase usada por ele. A mãe quase a expulsou de casa e chegou a pagar uma pessoa para hackear suas redes sociais. Julia, sua ex-namorada, era vista como um demônio usado para enganá-la.
Hoje, a militante acredita em uma força superior, mas foge do cristianismo e está conhecendo melhor as religiões de matriz africana. “Estou estudando e conhecendo sobre os Orixás, minha ancestralidade”, conta.
Tem um viés sobre o beijo que é atrelado ao sentimento, por muitas pessoas, mais em grupos de iniciantes ou “ainda sem descerem do armário”, no “universo gay”! Mas o Bissexual, tenho percebido que seja uma forma carinhosa também ou de maior realização! Mas esse jeito “beijoqueiro” leva como se tivesse muitos parceiros! Década de 90, noutros tempos, meu Coordenador quando a esposa ia embora, começava mais cedo, eles trocavam selinhos! Quando ele ia ao setor que eu trabalhava, a despedida era inicialmente selinho, pouco tempo depois, nos beijavamos, para depois dizer que tinhamos que conversar sobre nossa sexualidade! Até que viemos a transar (era questão de tempo)! Deu de perceber uma certa abstinencia sexual dele, mesmo sendo casado! Nada como ser sexualmente realizado!