Caminhada global chama a atenção para impactos sociais causados pela crise climática

EarthWalk 2021, promovido pela organização internacional ActionAid, já mobilizou mais de sete mil andarilhos, em 44 países

Por #Colabora | ODS 13 • Publicada em 9 de novembro de 2021 - 17:40 • Atualizada em 11 de novembro de 2021 - 19:42

Inonge Sakala: “Fomos às ruas de Zâmbia durante a EarthWalk para levantar nossas vozes aos líderes mundiais! Estaremos observando de perto as decisões e negociações”. Foto Divulgação

“O caminho de faz caminhando”, dizia o poeta espanhol Antonio Machado. A frase, repetida muitas vezes por Che Guevara, resume a campanha EarthWalk21, promovida pela organização internacional ActionAid, que está convocando caminhantes e corredores mundo afora para um movimento em prol do debate sobre as mudanças climáticas e seus impactos nas comunidades mais vulneráveis o planeta. A ideia é que andarilhos do mundo todo se juntem numa única caminhada para chamar a atenção sobre os temas debatidos COP26, evento da ONU, que está acontecendo em Glasgow, na Escócia, até o dia 12 de novembro. Até ontem, dia 9 de novembro, mais de sete mil andarilhos, de 44 países, já haviam aderido ao movimento.

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A primeira edição da caminhada global aconteceu em 2020 para reivindicar um mundo mais justo e sustentável para todas e todos, especialmente após os impactos da covid-19. Foram 121.711 quilômetros percorridos, o equivalente a três voltas no globo terrestre. Para participar da edição de 2021, as pessoas interessadas só precisam acessar o site da EarthWalk, se cadastrar e alimentar a página com os quilômetros percorridos diariamente. Além, é claro, de postar em suas redes sociais usando a hashtag #CadaPassoConta. Há também a opção de conectar um aplicativo de atividade física ao site e, automaticamente, alimentá-lo com os passos. Grupos de amigos que já têm o hábito de fazer caminhadas coletivas também podem participar, desde que sejam respeitadas as medidas de segurança, ainda em vigor, contra a covid-19.

Adelaide Mashingaidze, do Zimbabue, pede justiça climática para os líderes mundiais. Foto Divulgação
Adelaide Mashingaidze, do Zimbabue, pede justiça climática para os líderes mundiais. Foto Divulgação

Ações durante a COP26

Além da EarthWalk, a ActionAid está fazendo uma série de intervenções públicas durante a COP26, em Glasgow, para que as vozes do mundo todo sejam ouvidas nas negociações entre os líderes mundiais. As imagens da marcha, colhidas ao redor do mundo, serão projetadas em uma área ao ar livre de grande circulação na cidade escocesa. A ação quer chamar a atenção para as sérias consequências sociais que as mudanças climáticas já vêm provocando.

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Em recente pesquisa divulgada pela Organização Meteorológica Mundial, da ONU, revelou que a temperatura na África subiu acima da média global no último ano. O que representa um impacto profundo na vida no continente. A previsão dos cientistas é que as três grandes massas de gelo do continente, entre elas o Monte Kilimanjaro, deixarão de existir até 2040. Por conta das secas e das enchentes, houve um aumento de cerca de 40% no número de pessoas em situação de insegurança alimentar em 2020, em relação a 2019. O clima afeta desproporcionalmente as populações mais pobres. E o quadro se repete no Brasil, que vive uma crise hídrica e pode entrar num período de crise energética devido à severidade com que as mudanças climáticas têm afetado o país.

Em agosto deste ano, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou um relatório histórico sobre o tema. Histórico pelo fato de, pela primeira vez, o IPCC demonstrar claramente a relação direta entre a ação humana e a elevação da temperatura e as mudanças climáticas. Inclusive no Brasil, onde as chuvas e as secas, cada vez mais intensas, geram graves consequências, sobretudo para os mais vulneráveis.

#Colabora

Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora, um portal de notícias independente que aposta numa visão de sustentabilidade muito além do meio ambiente.

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