Iniciativas com foco na redução das emissões e no aumento da eficiência energética, por meio da adoção de iluminação em LED, sistemas fotovoltaicos e programas de recuperação de resíduos, garantiram a Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas, o prêmio ‘Local Leaders Awards 2025’, concedido pela Bloomberg Philanthropies, na categoria “Transição Energética e Edificações Inteligentes”. Além da prefeitura da cidade mineira, outras cinco gestões brasileiras foram premiadas: das capitais Rio, São Paulo e Salvador, do muncípio paraense de Barcarena e do governo do Piauí. Também foram reconhecidos iniciativas de cidades da Colômbia, da Noruega, da China e das Filipinas.
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Os vencedores foram anunciados no final do Fórum de Líderes Locais da COP30, realizado no Rio de Janeiro. De acordo com a Bloomberg Philanthropies, o prêmio reconhece as melhores políticas, projetos e programas, conduzidos por líderes locais que abordaram de forma eficaz as mudanças climáticas nos últimos três anos. “Esse é um reconhecimento mundial. Estamos entre as principais cidades brasileiras e do mundo — como Pequim e Oslo — que são referência pelo compromisso com a sustentabilidade. É um motivo de orgulho para Juiz de Fora”, destacou a prefeita Margarida Salomão, ao receber o prêmio.
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Veja o que já enviamosOs premiados foram escolhidos entre mais de 160 candidatos de 45 países. “Os líderes locais sabem que a implementação de soluções climáticas eficazes traz benefícios imediatos: ar mais limpo, economias mais fortes e comunidades mais resilientes”, afirmou o empresário Michael R. Bloomberg, Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para Ambição e Soluções Climáticas e fundador da Bloomberg L.P. e da Bloomberg Philanthropies. “Esses projetos vencedores são a prova de que, com comprometimento e criatividade, cidades, estados e regiões podem melhorar a vida hoje e, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente para o futuro”, acrescentou.
Para conquistar o prêmio na categoria “Transição Energética e Edificações Inteligentes”, a candidatura da Prefeitura de Juiz de Fora destacou a instalação de duas usinas fotovoltaicas, garantindo autossuficiência energética para 86% dos prédios públicos municipais, com economia estimada de R$ 13 milhões ao ano; e a substituição de 100% da iluminação pública por LED, com economia de mais de 30 mil MWh anuais e redução de 2.339 toneladas de CO₂ por ano.
A prefeita Margarida Salomão – eleita pelo PT em 2020 e reeleita em 2024 – destacou também a modernização sustentável de equipamentos públicos, como o Ginásio Poliesportivo e a sede da Prefeitura, com tecnologias de eficiência energética, ventilação natural e captação de água da chuva; a universalização da coleta seletiva porta a porta, que já atende 100% da população urbana e evitou a emissão de 5.132 toneladas de CO₂ em 2024; a criação da Política Lixo Zero, que institui a separação obrigatória de resíduos em residências e comércios; e o projeto pioneiro de produção de biometano a partir de resíduos orgânicos, com início previsto para 2028, capaz de substituir 1,8 milhão de litros de diesel e gerar mais de 2 milhões de m³/ano de combustível renovável.
A cidade mineira também vem desenvolvendo políticas de inclusão social com apoio às cooperativas de catadores e projetos de educação ambiental em escolas públicas. “O conjunto dessas ações posiciona Juiz de Fora como uma referência em sustentabilidade urbana no Brasil e no mundo”, disse a prefeita.
Outras gestões brasileiras também comemoraram. São Paulo ganhou na categoria “Transporte limpo e confiável”, com a eletrificação da frota de ônibus, através do Programa Municipal de Aquisição e Financiamento Inovador, que promove a substituição da frota a diesel por veículos elétricos. O Rio de Janeiro venceu na categoria “Infraestruturas mais seguras para um mundo em transformação” pela criação de seu protocolo de resposta ao calor extremo. A terceira capital brasileira agraciada foi Salvador na categoria “Soluções Sustentáveis para Resíduos”, pelo programa Recicla Capital.
Também foram premiadas a prefeitura de Barcarena, município da Região Metropolitana de Belém, pelo seu programa Desenvolvimento Sustentável e Segurança Alimentar, na categoria “Cidades Saudáveis, Comunidades fortes”, e o governo do Piauí com seu ICMS Ecológico, descrito como “um mecanismo de repartição de receitas tributárias que recompensa os municípios que adotam políticas e ações eficazes de proteção ambiental”, na categoria “O Poder da Parceria”.
