O setor de biodiesel vive um momento de otimismo. É esperada para março a entrada em vigor da mistura obrigatória de biocombustível na fórmula do diesel na proporção de 10%. O assunto passou a dominar as rodas de conversa, no campo, onde vivem os irmãos Flávio e Rafael do Carmo Oliveira, produtores familiares de soja em Ipameri, no sudoeste de Goiás; e nas cidades, onde estão os grandes empresários da indústria de biocombustível. É que o B10, como ficou conhecida a mistura, tem condições de atender, simultaneamente, interesses econômicos, decorrentes do aumento da proporção do biodiesel ao diesel, e ambientais, porque polui menos. Sem falar nos benefícios à saúde humana.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ainda não divulgou o balanço de 2017, mas a expectativa é de um resultado ligeiramente superior ao registrado no ano anterior. O aumento da adição obrigatória dos atuais B8, que começou a vigorar no começo de 2017, para B10 pode levar o setor a romper, este ano, a barreira dos 5 bilhões de litros de biodiesel, chegando a algo próximo de 5,4 bilhões de litros. Se as expectativas da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) se confirmarem, a retomada do mercado servirá para atenuar a ociosidade do segmento, estimada em pouco mais de 40%. A capacidade instalada do setor é de 7,7 bilhões de litros.
Menos danos ao ambiente
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Veja o que já enviamosDo ponto de vista ambiental, o planeta agradece. À medida que aumenta a proporção de biocombustível no diesel, menor é a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) calcula emissão de 57% menos gás carbônico que o óleo diesel derivado de petróleo. Outro levantamento, da Control Union, projeta que a redução do gás em toda a cadeia produtiva do biodiesel supera os 70%, desde o plantio das oleaginosas, que servem de matéria prima, até a sua combustão nos motores.