Meu caro amigo, ajude o #Colabora a seguir em frente

No seu aniversário de cinco anos, projeto busca apoio de colaboradores para continuar contando histórias que façam a diferença

Por Agostinho Vieira | ODS 17 • Publicada em 26 de novembro de 2020 - 10:12 • Atualizada em 20 de novembro de 2021 - 12:34

Há cinco anos o #Colabora vem dando a sua contribuição para a construção de um mundo um pouco mais sustentável. Arte Claudio Duarte

Meu caro amigo ou minha cara amiga, me perdoe, por favor, se não lhe faço uma visita. A saudade é grande, mas nestes tempos de covid-19, com mais de 170 mil mortos e seis milhões de infectados, não está dando mesmo para marcar os encontros que gostaríamos, trocar beijos e abraços. Por isso, desta vez, a festa de aniversário de cinco anos do #Colabora terá que ser virtual, sem aglomerações. É isso mesmo, acredite, estamos completando cinco anos de história. Parece que foi ontem que um pequeno grupo de amigos se juntou para falar sobre colaboração e explicar que sustentabilidade vai muito além de bichinhos, plantinhas e mudanças climáticas.

Em cinco anos, muita coisa mudou, e para pior, infelizmente. Aqui na terra, como já cantou o querido Chico, ainda estão jogando futebol, sem torcida, é verdade. Mas não tem samba e nem rock`n`roll. O Carnaval segue sem data para acontecer e aquele show imperdível do Caetano, até agora, nada. Da música parece que só ficou o choro, e não faltam motivos. Das vítimas do coronavírus aos atingidos pelas queimadas, na Amazônia e no Pantanal, passando por todos aqueles que sofreram discriminação e violência em razão de gênero, cor da pele ou orientação sexual. Muitas dessas histórias foram contadas pelo #Colabora, com um olhar original, tentando mostrar, sempre que possível, o impacto sobre os que mais sofrem, aqueles que são ou estão duplamente vulneráveis.

Foi assim com a discussão sobre a chegada do vírus nas favelas e o abandono das pessoas em situação de rua, prostitutas, indígenas e os idosos que vivem em asilos. Todos entregues, ainda mais, à própria sorte. No início da pandemia lançamos o “Diário da Covid-19”, concebido e produzido pelo José Eustáquio Alves, que serviu como uma espécie de bússola, no momento em que alguns teimavam em chamar de gripezinha uma doença que, sabidamente, era altamente contagiosa.  O que parecia grave no início se mostrou cada vez mais dramático. Por conta disso, o foco na divulgação das ações de solidariedade e colaboração durante a crise também foi uma marca da nossa cobertura.

Criamos o projeto “#Colabora nessa Maré de Notícias” para incentivar os jovens jornalistas e estudantes desse tradicional conjunto de favelas do Rio a contar as suas histórias da pandemia, sem intermediários. Deu certo, e estamos fazendo outro com o “Favela em Pauta”. Ainda sob o impacto da covid-19, fechamos uma parceria com mais seis organizações de mídia independente para falar sobre o crescimento da violência contra as mulheres durante a quarentena. “Um vírus e duas guerras” foi o nome da série, ainda não concluída, que conta com a participação da Amazônia Real, AzMina, Eco Nordeste, Marco Zero Conteúdo, Portal Catarinas e a Ponte Jornalismo.

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Seguindo no espírito da colaboração, nossa marca registrada, lançamos o canal de vídeos Reload, que une dez organizações jornalísticas nativas digitais. Focado no público jovem, o objetivo do projeto é descomplicar as notícias, democratizar e ampliar o alcance da informação. Com formatos inovadores, a iniciativa aposta na diversidade e conta com apresentadores LGBT+, negros, indígenas e com diferentes sotaques regionais. Ele pode ser encontrado no Instagram, no Twitter, no Facebook, no Youtube e no Whatsapp.

A lista de parcerias e grandes reportagens é grande e inclui até mais uma indicação para o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog, o mais importante do país. A reportagem contemplada, de Joana Suarez e Flávio Tavares, revelou a luta dos indígenas Xakriabás contra a seca e a fome no sertão de Minas Gerais. No ano passado, o #Colabora venceu o Vladimir Herzog na categoria Produção Jornalística com a série de reportagens “Sem Direitos – O Rosto da Exclusão Social no Brasil”, sobre os brasileiros que vivem sem a garantia de direitos básicos. De autoria da jornalista Adriana Barsotti, do #Colabora, a série contou com a participação de Carolina Moura, Catarina Barbosa, Edu Carvalho e Fausto Salvadori, com imagens e vídeos de Daniel Arroyo, Pedrosa Neto e Yuri Fernandes e infográficos de Fernando Alvarus.

Ok. Prêmios, parcerias, reportagens, colaborações. Mas afinal como o #Colabora sobreviveu a um ano tão difícil como este 2020? Foi complicado, sem dúvida. Voltando ao poeta, “É pirueta pra cavar o ganha-pão, que a gente vai cavando só de birra, só de sarro…”. Fizemos o que todas as famílias brasileiras fizeram, cortamos despesas, apertamos o cinto. Mas agora precisamos de ajuda para seguir em frente. Manter um projeto jornalístico independente, apartidário, focado em um tema importante como a sustentabilidade, não é fácil. O #Colabora não tem fins lucrativos. Tudo que ganhamos é reinvestido em um jornalismo de qualidade. Contamos com você para seguir nessa trilha. Faça uma doação mensal. Não quer assumir esse compromisso? Faça uma anual. É bem simples, basta clicar aqui: www.catarse.me/colabora ou aqui: www.projetocolabora.com.br/colabora-com-a-gente/. Likes, comentários e compartilhamentos nas nossas redes sociais e visitas ao nosso site também são sempre muito bem-vindos. Um beijo na família e nas crianças. A gente vai levando.

Agostinho Vieira

Formado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ. Foi repórter de Cidade e de Política, editor, editor-executivo e diretor executivo do jornal O Globo. Também foi diretor do Sistema Globo de Rádio e da Rádio CBN. Ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, em 1994, e dois prêmios da Society of Newspaper Design, em 1998 e 1999. Tem pós-graduação em Gestão de Negócios pelo Insead (Instituto Europeu de Administração de Negócios) e em Gestão Ambiental pela Coppe/UFRJ. É um dos criadores do Projeto #Colabora.

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