O vício crônico da Índia pelos combustíveis fósseis

País de Mahatma Gandhi não vai facilitar acordo na COP21

Por France Presse | ODS 13 • Publicada em 2 de dezembro de 2015 - 09:16 • Atualizada em 2 de dezembro de 2015 - 12:00

Fumaça cobre a capital da Índia, Nova Deli
Fumaça cobre a capital da Índia, Nova Deli
A cidade de Nova Deli, capital da Índia, sob uma nuvem de fumaça. O país é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa

A Índia não é o país mais poluente do mundo. O posto é da China, seguido dos Estados Unidos. Mas foi no país de Mahatma Gandhi que as emissões de gases de efeito estufa cresceram de forma exponencial em 2014 – ano em que as emissões globais pararam de crescer depois de uma década de expansão rápida.

Todo o esforço feito pelos países da União Europeia foi praticamente anulado pelo registros de aumento de emissões oriundos da Índia: uma retração de 5,4% na comunidade europeia contra um aumento de 7,8% no país asiático.

Com quase um terço da população vivendo abaixo da linha de pobreza extrema e o acesso limitado à eletricidade, o primeiro-ministro indiano, Narenda Modi, anunciou no primeiro dia da COP21 que seu país não tem nenhuma condição de abrir mão dos combustíveis fósseis. A Índia – terceiro maior produtor mundial de carvão – não sobrevive sem energia suja. É o mineral que move a economia indiana, que está passando por um momento de expansão econômica.

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Pedra no meio do caminho

A Índia tem tudo para ser uma das pedras no meio do caminho da 21ª Conferência do Clima, que pretende chegar ao final com um acordo vinculante assinado por todos os chefes de estado. Essa é a vontade já expressa pela secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFGGG), Christiana Figueres. Sua disposição não tem o respaldo da Índia. Nem dos Estados Unidos.

Modi deu um recado claro. Disse que espera ver metas ambiciosas sendo aprovadas, desde que sejam implementadas pelas nações avançadas: “Esperamos que as nações avançadas assumam metas ambiciosas. Não é apenas uma questão de responsabilidade histórica. Eles têm mais espaço para fazer os cortes”.

Isso não significa que o país não esteja empenhado em limpar sua matriz energética – só não quer é pagar a conta sem o apoio dos países ricos. Junto com o presidente da França, François Hollande, Modi encabeçou, já no primeiro dia da COP-21, uma aliança de 120 países para estimular o uso de energia solar. O combinado é juntar em um fundo US$ 1 trilhão para serem investidos nos próximos 15 anos em projetos de energia solar.

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Os países desenvolvidos devem assumir as suas responsabilidades para tornar a energia limpa disponível , acessível e disponível para todo o mundo em desenvolvimento

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O primeiro-ministro indiano aproveitou para aumentar o coro já puxado anteriormente pelo presidente da China, Xi Jinping, exigindo dos países ricos o compromisso de ajudar financeiramente os países pobres a lideram com as mudanças climáticas.

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