Duas propostas de instrumentos financeiros sustentáveis do Brasil foram selecionadas pelo Global Innovation Lab for Climate Finance (Lab), iniciativa para identificar, desenvolve e lançar soluções que atraiam investimentos públicos e privados para ações de financiamento climático em países em desenvolvimento. O Conexsus Impact Fund (Fundo de Impacto Conexsus) é uma plataforma de negócios que desenvolve produtos financeiros adaptados a comunidades e empresas específicas; o fundo foi proposto pela Conexsus, rede de empreendedores sociais, com foco na Amazônia. O Sustainable Agriculture Finance Facility (Mecanismo de Financiamento da Agricultura Sustentável) – proposta da Rede ILPF e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) – tem como objetivo criar uma linha de crédito para pequenos e médios produtores rurais com certificação em agricultura sustentável.
LEIA MAIS: Ingredientes amazônicos revolucionam merenda escolar
LEIA MAIS: Pecuária e proteção ambiental podem andar juntas
Gostando do conteúdo? Nossas notícias também podem chegar no seu e-mail.
Veja o que já enviamos[g1_quote author_name=”Carina Pimenta” author_description=”Diretora-Executiva do Conexsus” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]
O Fundo Conexsus procura catalisar investimentos em empresas comunitárias associadas a cadeias de valor que melhoram o uso da terra, evitando o desmatamento e a pressão sobre os recursos naturais. Nosso objetivo é arrecadar US$ 40 milhões em quatro anos para alavancar US$ 1 bilhão em crédito rural disponibilizado tanto através de políticas públicas como o Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) quanto de instituições privadas
[/g1_quote]As propostas selecionadas – mais seis, além das duas brasileiras – vão receber a orientação de integrantes do Lab, além de acompanhamento e análise do desenvolvimento dos especialistas do Climate Policy Initiative (CPI), que gerencia o programa. “O Fundo Conexsus procura catalisar investimentos em empresas comunitárias associadas a cadeias de valor que melhoram o uso da terra, evitando o desmatamento e a pressão sobre os recursos naturais. Nosso objetivo é arrecadar US$ 40 milhões em quatro anos para alavancar US$ 1 bilhão em crédito rural disponibilizado tanto através de políticas públicas como o Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) quanto de instituições privadas”, afirma Carina Pimenta, diretora-executiva da Conexsus.
Nascido em 2016, o Conexsus – Instituto Conexões Sustentáveis reúne empreendedores sociais e planejadores regionais que trabalham para melhorar o ecossistema de negócios sustentáveis no Brasil, especialmente na Amazônia: são mais de 40 associados, com escritórios em Belém, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba. “O que falta aos negócios comunitários de impacto na Amazônia e em todo o Brasil é financiamento e acesso ao mercado de consumo para os seus produtos sustentáveis e com potencial de comprovação de origem”, explica a diretora-executiva.
O Fundo Conexus financiou com R$ 1,5 milhão, conseguido através de doação, de 70 a 80 cooperativas, associações de produtores e pequenas empresas no ano passado. São três linhas de ação: a linha de crédito direta, a assessoria técnica e financeira para conseguir financiamentos existentes como o do Pronaf, e a recuperação de crédito para ajudar aqueles com dívidas. “Com o Lab, nós esperamos alavancar e dar escala a essas ações. A experiência do Lab nos ajudará a estruturar e alocar produtos e serviços com base neste trabalho anterior e nas parcerias com instituições financeiras”, acrescenta Carina Pimenta.
[g1_quote author_name=”Gracie Verde Selva” author_description=”Gerente de Projetos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade,” author_description_format=”%link%” align=”left” size=”s” style=”simple” template=”01″]
Nossa missão é desbloquear financiamentos que apoiem a expansão da agricultura sustentável nos trópicos, fornecendo certificação internacionalmente reconhecida de propriedades rurais, especialmente para pequenos e médios agricultores
[/g1_quote]O Sustainable Agriculture Finance Facility tem como meta a adoção de tecnologias agrícolas sustentáveis no Brasil, criando uma linha de crédito para pequenos e médios agricultores com certificação em agricultura sustentável. A tecnologia comprovadamente aumenta os esforços de sustentabilidade e o rendimento das colheitas, mas exige grandes investimentos iniciais e assistência técnica qualificada. Como parte do processo de certificação e empréstimo, a iniciativa fornecerá assistência para aprimorar a adaptação da tecnologia e reduzir o risco de inadimplência, além de facilitar o acesso ao mercado para os participantes.
A Rede ILPF (Iintegração Lavoura-Pecuária-Floresta) é uma parceria público-privada formada pela Embrapa, a cooperativa Cocamar e seis empresas para o desenvolvimento sustentável da produção rural, com o objetivo de acelerar uma ampla adoção das tecnologias de (ILPF) por produtores rurais. “Nossa missão é desbloquear financiamentos que apoiem a expansão da agricultura sustentável nos trópicos, fornecendo certificação internacionalmente reconhecida de propriedades rurais, especialmente para pequenos e médios agricultores”, explica Gracie Verde Selva, gerente de projetos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, parceiro da Rede ILPF, no Mecanismo de Financiamento aprovado pelo Lab.
A expectativa é que o Lab ajude a captar recursos para a ampliação da oferta de crédito para produtores com práticas sustentáveis. “A implementação de práticas agrícolas sustentáveis é crucial para lidar com as mudanças climáticas e alimentar uma população crescente. A orientação dos especialistas do Lab será crucial para garantir um instrumento robusto e ágil que atenda às necessidades dos agricultores e garanta retornos para os investidores”, acrescenta Gracie Verde Selva, do IABS, que tem no Desenvolvimento Rural Sustentável um de seus programas estratégicos.
Desde a sua criação em 2014, o Lab incubou 41 instrumentos financeiros que mobilizaram mais de US$ 2 bilhões em investimentos públicos e privados. Isso inclui US$ 370 milhões investidos por membros do Lab – do qual fazem parte mais de 60 instituições governamentais, de finanças para desenvolvimento, do setor privado e filantrópicas -, além de US$ 1,7 bilhão de outros investidores.
O programa do Lab no Brasil foi lançado em 2016. “Estamos confiantes de que as ideias escolhidas têm um potencial significativo para direcionar o investimento privado necessário às prioridades nacionais do clima no Brasil. Esperamos refinar e desenvolver essas ideias inovadoras em instrumentos transformadores de financiamento climático”, afirmou Barbara, diretora geral do Climate Policy Initiative e gestora do Global Innovation Lab for Climate Finance.
Pingback: Iniciativas brasileiras para financiar sustentabilidade – CONAFER