Programa aposta em parcerias para ampliar acesso a primeiro emprego

Coletivo Jovem se une a empresas com objetivo de criar oportunidades para profissionais iniciantes

Por Luciana Calaza | Conteúdo de marca • Publicada em 12 de fevereiro de 2019 - 17:35 • Atualizada em 18 de março de 2020 - 17:14

Jean Carlos Cardoso, 24 anos: “Quero prestar vestibular e crescer na empresa para custear meus estudos” (Crédito: Simone Marinho)

(Reportagem publicada originalmente no Coca-Cola Journey

Jean Carlos Cardoso é um cinéfilo, daqueles que amam assistir a um drama, a uma comédia ou ao que mais aparecer na telona. Desde a adolescência, seu grande sonho é fazer faculdade de Cinema. Mas o morador da Cidade de Deus, de 24 anos, parou de estudar no 1º ano do Ensino Médio e viu seu objetivo ficar cada vez mais distante. No entanto, há dois anos, ele começou a acreditar que pode chegar lá. Depois de ingressar no Coletivo Jovem — programa realizado pelo Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB) que cria pontes entre jovens de 16 a 25 anos e o mercado de trabalho —, surgiu a oportunidade de trabalhar na Rede Cinemark, com mais de 600 salas de exibição no país. Parecia até coisa de cinema…

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“Sou viciado em filmes! Quando a Rede Cinemark foi fazer um workshop no Coletivo, nem acreditei e logo me candidatei a uma vaga. Quero prestar vestibular e crescer na empresa para custear meus estudos”, planeja Jean, que trabalha no Cine Café do Shopping Downtown, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

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Esforço coletivo

E se a história profissional do Jean está se encaminhando para um “final feliz”, os créditos são, claro, para a dedicação pessoal do rapaz, mas também para o esforço coletivo — com direito a trocadilho.

As parcerias do programa com as ONGs locais e com mais de 250 empresas empregadoras, que se identificam com as ideias e objetivos do programa, são primordiais para o resultado. Até hoje, o Coletivo Jovem, que está presente em mais de 80 comunidades espalhadas pelo Brasil, já impactou mais de 200 mil jovens e, desses, cerca de 60 mil tiveram acesso ao primeiro emprego.

Gabriel, Talita e Jean Carlos fazem parte do programa Coletivo Jovem, que cria pontes entre jovens de 16 a 25 anos e o mercado de trabalho (Crédito: Simone Marinho)
Gabriel, Talita e Jean Carlos fazem parte do programa Coletivo Jovem, que cria pontes entre jovens de 16 a 25 anos e o mercado de trabalho (Crédito: Simone Marinho)

“As parcerias consistem na união de esforços da área de empregabilidade do ICCB e de empresas de diversos segmentos que disponibilizam vagas para os participantes formados no Coletivo Jovem”, explica Muriel Cruz, analista de Recursos Humanos e Empregabilidade do Instituto, que destaca: “Essa iniciativa é de extrema importância, pois conecta jovens com o mundo do trabalho, estimula o empoderamento e promove geração de renda”.

O diferencial desse trabalho coletivo, ainda segundo Muriel, é a diversidade proveniente das empresas empregadoras de diversas indústrias, que contribui para que o programa evolua de forma mais completa e entregue mais resultados e benefícios aos jovens. “O resultado dessas parcerias não só ajuda a ampliar o leque de oportunidades para os participantes, mas também a desenvolver a visão de mundo que eles têm sobre o mercado de trabalho, vislumbrando novos setores econômicos, o que permite que eles enxerguem diferentes desafios e possibilidades de carreira”, explica.

‘Essa iniciativa é de extrema importância, pois conecta jovens com o mundo do trabalho, estimula o empoderamento e promove geração de renda’ – Muriel Cruz, analista de Recursos Humanos e Empregabilidade do Instituto Coca-Cola Brasil

Encontros que inspiram

Os parceiros também participam de workshops a cada ciclo do programa. Esses encontros motivam e inspiram os jovens, ajudam na aprendizagem e servem também para despertar o interesse dos alunos pelas vagas oferecidas.

Para Roberto Almeida, gerente de operações do Cinemark Downtown — que atualmente emprega seis jovens do Coletivo —, o programa prepara de verdade para o mercado de trabalho. “O aluno chega com uma bagagem. E vem sedento por aprender mais, enxerga que pode ir mais longe e retorna para os bancos escolares. Assim, quando junta os dois conhecimentos, isto é, o que aprendeu no Coletivo com o que pode vir a aprender na escola, se torna um profissional ainda melhor”, destaca o gerente.

Foi depois de um workshop que Jean foi parar no escurinho do cinema. Mas não foi só ele. Histórias de transformação e superação que bem poderiam estar num filme se acumulam. Conheça também Gabriel e Talita:

Gabriel Rocha Neves, 21 anos: “Agora, realizar o sonho de fazer uma faculdade é totalmente possível”. (Crédito: Simone Marinho)

Gabriel Rocha Neves, 21 anos

Gabriel é mais um rapaz que começa a enxergar novas perspectivas para seu futuro. Ele também mora na Cidade de Deus — com o pai, que é eletricista e mototaxista, e a mãe, que faz bolos para vender. “Minha principal dificuldade eu já venci, que foi a timidez. Antes do treinamento no Coletivo, eu ficaria bem travado para dar essa entrevista. Hoje consigo falar com mais segurança e clareza. Agora, acho que realizar o sonho de fazer uma faculdade é totalmente possível”, avalia o jovem, que pretende estudar Tecnologia da Informação ou Direito.

Talita Morais está na rede Cinemark há pouco mais de dois anos: “Me dedico ao máximo para crescer” (Crédito: Simone Marinho)

Talita Morais, 20 anos

Caçula do grupo, a moradora do Vidigal já está na rede Cinemark há pouco mais de dois anos e já passou por setores como bilheteria, Usher (responsável por recepcionar os clientes na entrada e saída das sessões) e atualmente trabalha na lanchonete. Com ensino médio completo, ela pretende ingressar na faculdade de Fisioterapia. O salário ajuda a pagar as contas de casa, onde mora com os pais, e o que sobra vai para a poupança. Seu sonho é viajar para fora do país.  “Numa comunidade, as oportunidades são limitadas. Agora que estou aqui, me dedico ao máximo para crescer. Já cumpri as provas do plano de carreira e atualmente espero uma oportunidade para assistente operacional”.

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COCA-COLA BRASIL

 

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Luciana Calaza

Carioca, jornalista com mais de 15 anos de experiência na redação de O Globo, mãe de Felipe e Rafael. Em 2014 começou a pensar de que modo a comunicação pode ajudar a criar um mundo sem barreiras e decidiu colocar sua carreira a serviço da garantia dos direitos humanos, especialmente de crianças e adolescentes com deficiência.

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