Atleta da filantropia

O velocista Usain Bolt faz doações e usa sua influência para desenvolver educação e saúde na Jamaica

Por Valquiria Daher | ODS 4 • Publicada em 22 de agosto de 2016 - 12:37 • Atualizada em 22 de agosto de 2016 - 12:58

Usain Bolt comemora na pista após conquistar mais uma de suas 9 medalhas olímpicas da carreira no Rio (Foto Franck Fipe/AFP)
Usain Bolt comemora na pista após conquistar mais uma de suas 9 medalhas olímpicas da carreira no Rio (Foto Franck Fipe/AFP)
Usain Bolt comemora na pista após conquistar mais uma de suas 9 medalhas olímpicas da carreira no Rio (Foto Franck Fipe/AFP)

Foi um raio que passou nas nossas vidas. O Rio de Janeiro viu Bolt ganhar mais três medalhas de ouro, conquistar a todos com simpatia e brincadeiras, sambar no pé como um passista, torcer pela seleção brasileira de futebol, virar ‘parça’ de Neymar, beijar muito em boate, passar a noite com jovem e ainda posar para uma selfie com ela, pulando das manchetes esportivas para as dos sites de celebridade. Aos 30 anos completados aqui no Rio, o velocista jamaicano parece não querer perder tempo mesmo, inclusive em outra área: a filantropia.

A fundação – que leva o nome dele – promove transformação social por meio da educação e da cultura. O foco de atuação principal é a Jamaica – o atleta ganhou o mundo, mas suas raízes estão bem fincadas em sua terra natal, especialmente na frequesia de Trelawney, área rural onde cresceu.

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Mas se alguém ainda tem alguma dúvida da importância da escola para formar grandes atletas, Bolt está aí para comprovar. O homem mais rápido do mundo, dono de nove medalhas de ouro olímpicas, descobriu e se desenvolveu no atletismo colégio de ensino médio, a William Knibb High School

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Nome mais bem pago do atletismo, com uma renda anual de US$ 30 milhões, o campeão olímpico não só faz doações como usa com maestria suas mais de uma dezena de marcas de patrocinadores para arrecadar fundos para as causas que apóia.
Uma dessas é a educação, ainda que ele nem tenha curso superior. Apesar das muitas propostas de universidades americanas, que sonhavam com o jovem Bolt em suas pistas, ele decidiu se profissionalizar cedo.

Mas se alguém ainda tem alguma dúvida da importância da escola para formar grandes atletas, Bolt está aí para comprovar. O homem mais rápido do mundo, dono de nove medalhas de ouro olímpicas, se desenvolveu no atletismo em seu colégio de ensino médio, a William Knibb High School. A instituição, conhecida por formar atletas, passou por dificuldades no ano passado e recebeu US$ 1,3 milhão de Bolt, além de fornecimento de equipamentos esportivos por longo prazo.

“William Knibb teve um papel importante no atleta que eu sou hoje. Sempre vou fazer tudo o que puder para retribuir”, disse Bolt, em 2015, quando fez a doação. Sua escola primária também recebe constantemente apoio do atleta.

Ainda com foco em escolas jamaicanas, a fundação de Bolt apoiou por duas edições, com patrocínio da Sansung, um camponato de futebol que reuniu mais de 50 colégios de zonas urbanas e rurais.

Em Sherwood, uma localidade de Trelawney, o velocista doou US$ 4 milhões para reformar o centro de saúde, mais uma vez fazendo parcerias com várias empresas. “Retribuir para minha comunidade é uma honra. Eu me lembro dos meus dias de encrenqueiro em que vivia cheio de cortes e a senhorita Pansy sempre cuidava de mim. Essa é a minha forma de mostrar à comunidade que eu ainda me importo, que os amo e que continuarei a fazer isso sempre que possível”.

Outros projetos para jovens jamaicanos foram a construção de uma pista multiesportiva, levantar fundos para cirurgias cardíacas pediátricas, mais parceiras com a Sansung para promover workshops de fotografia para estudantes.

Por conta dessas e outras ações, Bolt ganhou o Prêmio Júpiter da United Way uma ONG, que trabalha no desenvolvimento infantil. Em parceria com a ONG, o velocista contribuiu para programas de educação infantil e também para a reforma de escolas. Na época ele foi descrito com um “filantropo com paixão por ajudar crianças”.

Valquiria Daher

Formada em Jornalismo pela UFF, nasceu em São Paulo, mas cresceu na cidade do Rio de Janeiro. Foi repórter do jornal “O Dia”, ocupou várias funções no “Jornal do Brasil” e foi secretária de redação da revista de divulgação científica “Ciência Hoje”, da SBPC. Passou os últimos anos no jornal “O Globo”, onde se dedicou ao tema da Educação. Editou a Revista “Megazine”, voltada para o público jovem, e a “Revista da TV”. Hoje é Editora do Projeto #Colabora e responsável pela Agência #Colabora Marcas.

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