As negociações na COP21 avançaram neste sábado, 5/12, para sua reta final, com a entrega de um rascunho que abre caminho para a possível conclusão, na próxima semana, de um acordo entre os 195 países participantes. O texto, de 48 páginas, perdeu a metade de seus colchetes e opções, que passaram de 1.400 a 750, o que demonstra que está mais próximo do que será o documento final.
O objetivo é limitar a 2ºC o aquecimento do planeta em relação à era pré-industrial, por meio daatravés de uma redução das emissões de gases de efeito estufa. “Estamos dispostos a negociar o mais rapidamente possível com base neste acordo”, declarou, em Le Bourget, norte de Paris, a negociadora sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko, em nome do grupo de países em desenvolvimento G77+China.
A partir de segunda-feira, a negociação passará para as mãos dos ministros, capazes de decidir os compromissos que inevitavelmente serão necessários para um acordo final que contemple a variedade de interesses dos países participantes. “Começo a ficar realmente otimista”, sintetizou o chanceler francês, Laurent Fabius, embora tenha esclarecido que “ainda há muito trabalho pela frente”.
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Veja o que já enviamosSegundo Matthieu Orphelin, porta-voz da fundação Nicolas Hulot, tudo parece indicar que a COP21 não resultará no enorme fracasso da conferência de Copenhague de 2009. Na capital dinamarquesa, afirmou, “ao término da primeira semana já sabíamos que as coisas estavam bloqueadas”. O principal obstáculo continua sendo o financiamento da ajuda climática aos países do Sul e a diferenciação dos esforços que cada um deve fazer para lutar contra as mudanças climáticas.
Em uma mensagem comovente a partir do espaço que incluiu testemunhos gravados na Estação Espacial Internacional (ISS), os astronautas convocaram os delegados a negociar um acordo que preserve “um planeta capaz de manter a vida”.
Do ator americano Sean Penn ao milionário e ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, passando pelo magnata chinês da internet Jack Ma, dezenas de personalidades expressaram sua adesão, assim como muitos empresários. “Após os dias dos sonhos chegaram os dias da ação”, disse Sean Penn, que fez um apelo vibrante em defesa de um plano de reflorestamento do Haiti, o país mais pobre das Américas.