A primeira etapa da pesquisa, que fez um balanço das denúncias de notícias falsas recebidas entre 17 de março e 10 de abril, revela que 65% delas ensinam métodos caseiros para prevenir o contágio da Covid-19, 20% mostram métodos caseiros para curar a doença, 5,7% se referem a golpes bancários, 5% fazem menção a golpes sobre arrecadações para instituição de pesquisa e 4,3% se referem ao novo coronavírus como estratégia política.
A segunda fase do estudo, realizada entre 11 de abril e 13 de maio, aponta que, entre as fake news notificadas pelo app, 24,6% afirmam ser a doença uma estratégia política, 10,1% ensinam métodos caseiros para prevenir o contágio do novo coronavírus, 10,1% defendem o uso da cloroquina e hidroxicloroquina sem comprovação de eficácia científica e 7,2% são contra o distanciamento social.
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Veja o que já enviamosOs resultados referentes ao intervalo entre abril e maio também mostram que 5,8% das notícias falsas ensinam métodos caseiros para curar a Covid-19, 5,8% afirmam que o novo coronavírus foi criado em laboratório, 4,3% declaram o uso de ivermectina como cura para a doença, 4,3% são contra o uso de máscaras e 2,9% difamam os profissionais de saúde.
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Ainda entre os meses de abril e maio, foi constatado que, entre as fake news denunciadas, 2,9% são contra o uso de álcool em gel, 2,9% declaram o novo coronavírus como teoria conspiratória, 1,4% são relacionadas à difamação de políticos, 1,4% declaram ter a causa do óbito de parentes alterada para Covid-19 e 0,4% consistem em charlatanismo religioso, com tentativa de venda de artefatos para a cura da doença. O estudo também aponta que 15,9% das fake news se referem à covid-19 como uma farsa, durante todo o período analisado, entre 17 de março e 13 de maio.
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Segundo a pesquisadora Claudia Galhardi, além de colocar vidas em risco, a disseminação de notícias falsas relacionadas ao novo coronavírus contribui para o descrédito da ciência e das instituições globais de saúde pública, bem como enfraquece as medidas adotadas pelos governos no combate à doença. Por isso a importância da realização de estudos sobre a temática. “Precisamos redobrar a atenção ao receber informações nas redes sociais que não apresentem a fonte oficial e fazer uma leitura crítica antes de compartilhar qualquer conteúdo”, alerta a pesquisadora.
O aplicativo Eu Fiscalizo foi criado para permitir que usuários avaliem conteúdos veiculados nos meios de comunicação e entretenimento. A ideia é que a sociedade possa notificar conteúdos impróprios nas TVs, cinema, publicidade, jogos eletrônicas e mídias sociais. Com o avanço da pandemia, a covid-19 tornou-se o principal tema das notificações recebidas pelo app.
Mídias sociais para disseminação
Em abril, as pesquisadoras da Ensp/Fiocruz realizaram estudo que identificou as mídias sociais mais utilizadas para a propagação de fake news relacionadas à Covid-19 notificadas pelo aplicativo. A pesquisa, que analisou denúncias e notícias falsas recebidas pelo aplicativo Eu Fiscalizo entre 17 de março e 10 de abril, mostra que as mídias sociais mais utilizadas para disseminação de fake news sobre o novo coronavírus foram Whatsapp, Facebook e Instagram.
Os dados revelam que 10,5% das notícias falsas foram publicadas no instagram, 15,8% no Facebook e 73,7% circuladas pelo WhatsApp. Os resultados também apontam que 26,6% dasfake news publicadas no Facebook atribuem a Fiocruz como orientadora no que diz respeito à proteção contra o novo coronavírus.
O estudo ainda revela que 71,4% das mensagens falsas circuladas pelo WhatsApp citam a Fundação como fonte de textos sobre a Covid-19 e com medidas de proteção e combate à doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), juntas, somam 2% das instituições citadas como fonte de informações sobre cuidados e medidas contra o novo coronavírus em mensagens de WhatsApp.
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[g1_quote author_description_format=”%link%” align=”none” size=”s” style=”solid” template=”01″]A série #100diasdebalbúrdiafederal terminou, mas o #Colabora vai continuar publicando reportagens para deixar sempre bem claro que pesquisa não é balbúrdia.
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