A saga da travesti perseguida por policiais e amada por prostitutas

FINA

CINTURA 

Ilustração: Nathan Albrecht Texto: Agnes Reitz

Em um período no qual questões de gênero ainda não eram discutidas, Cintura Fina debochava
do conservadorismo belorizontino entre as décadas de 50 e 80.

Cintura Fina foi a primeira travesti a ganhar notoriedade em Belo Horizonte, afirmando abertamente sua travestilidade. 

A travesti era alvo de perseguições policiais, defendia-se com astúcia dos abusos e agressões usando uma afiada navalha e se tornou figurinha carimbada nas delegacias da cidade.

Naquela época, gays, lésbicas e travestis eram tratados por termos como: anormal, invertido, pederasta. Nos jornais, Cintura Fina era vista como uma figura criminosa, perigosa e traiçoeira.

Porém, nos arredores dos bairros Bonfim e Lagoinha, em Belo Horizonte, era considerada acolhedora, bondosa, gentil e protetora das populações mais vulneráveis socialmente, em especial as prostitutas.

Se hoje a população trans é excluída do mercado de trabalho, nos anos 50 a situação era pior. Cintura Fina precisou encontrar na prostituição meios de obter renda, até aprender o ofício de costureira anos depois.

A travesti foi retratada com notoriedade ao ser interpretada por Matheus Nachtergaele na minissérie da Globo Hilda Furacão, em 1998.

Cintura Fina teve suas memórias resgatadas pelo professor e pesquisador LGBTQIA+ Luiz Morando na biografia: 

 "Enverga, Mas Não Quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte"

 Ela também teve suas memórias resgatadas pelo pesquisador Luiz Morando na biografia: 

Esta HQ foi produzida a partir de uma parceria com o Canal Reload. Clique e siga nas redes. 

Quer saber mais sobre a história de Cintura Fina? Clique aqui e leia a reportagem na íntegra.

Edição: Guilherme Leopoldo 
Revisão: Yuri Fernandes