Antonia é escritora, roteirista e criadora do Agora é Que São Elas - plataforma de narrativas femininas e feministas. Nessa entrevista ao #Colabora, um papo sobre igualdade de gênero.
Foto: arquivo pessoal
Antonia diz que não se identificava com os padrões impostos às mulheres, mas ainda não conhecia o movimento feminista.
"Durante anos eu fui uma feminista selvagem"
O contato maior veio com uma ação de ocupação dos espaços de fala de homens colunistas de jornais por mulheres. Antonia se torna curadora e editora do blog "Agora é que são elas", da Folha de S.Paulo.
Criado em 2015, o "Agora é que são elas" é uma plataforma de narrativas femininas e feministas, que busca tornar o debate sobre igualdade de gênero mais interessante ao público.
"Igualdade de gênero é um princípio básico de direito à vida"
Antonia diz que excluir as mulheres de determinados espaços, impede que diversas oportunidades - políticas e profissionais - possam chegar até elas.
"Nós mulheres estamos pressionando, chutando a porta!"
Ela acredita que cada vez mais as mulheres estão ocupando espaços centrais, como os de poder de decisão política: "E isso tem dado resultado".
"Essa inclusão está acontecendo!"
Mesmo com a participação de mulheres em diversas áreas, Antonia afirma que estamos distantes do ideal. Um exemplo disso é o Congresso Nacional, onde há apenas 15% de mulheres atuando.
"A própria palavra feminismo já atrai uma série de pessoas que não querem nem ouvir falar."
Mas Antonia revela que com o seu filme "Primavera das Mulheres", ouviu pessoas dizendo que eram feministas e não sabiam.
"A pessoa, às vezes, não se entende como feminista, mas é."
"As mulheres no Brasil que são majoritariamente chefes de família, são feministas... A vida que elas levam, é uma vida de luta, e é uma vida de luta feminista"
Antonia usa o trabalho doméstico como exemplo para entender a divisão entre homens e mulheres no cotidiano.
"Na sua casa, como é a divisão do trabalho doméstico? Quem faz o quê?
"Como você vai fazer crescer um menino dentro de uma cultura de cuidado, se ele não tem o espelhamento em um homem que possa estar exercendo uma função de cuidado?"
"Como a gente está criando os filhos? Que estereótipos a gente está reproduzindo?"
"O trabalho doméstico tira muitas horas da vida das mulheres. É uma peça fundamental na evolução da vida de uma mulher."
"Tem um monte de coisas que a gente pode mudar na vida concreta cotidiana, que são fáceis de fazer e produzem uma enorme diferença."
"Sem desmerecer de maneira nenhuma o trabalho doméstico, mas por que não inverter essa brincadeira?"
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Reportagem: Pedro Vianna Webstory: Guilherme Leopoldo