AN
CES
TRA
LI
DA
DE

ANCESTRALIDADE

INDÍGENA

RESISTIR PARA EXISTIR

Fotos e Textos:
Fernanda Pierucci e Ramon Vellasco

Estima-se que a etnia Pataxó habite o Sul da Bahia desde o século XVI. Há registro, em 2010, de 11.436 homens e mulheres, distribuídos entre 19 aldeias.

Foto: Alice Pataxó

A distância de 15.585 km entre Porto Seguro e Brasília não impediu que o Povo Pataxó viajasse de ônibus até o Acampamento Terra Livre, que reuniu mais de 7 mil indígenas de 200 povos.

Mas sabemos que a luta indígena não é recente. A história do povo Pataxó, por exemplo, é construída por muitas lutas. A todo momento houve tentativas de dizimação da população.

“A reza é um dos princípios para dar força e coragem para irmos à luta. Quando você balança o maracá, traz a força espiritual” 

- Timbira, vice-cacique da Aldeia Coroa Vermelha. 

A dança, o canto e o maracá são peças chaves para a realização dos rituais. 

“A presença de ‘Niamissum’ (Deus) é entoada, uma vez que ele é o principal, ele que dá a resistência” 

- Timbira.

Por meio do Awê (ritual) todos se unem e passam a estar fortificados para lutarem juntos. A prática ritualística se torna uma ferramenta de luta coletiva, que fortalece a todos na aldeia. 

Além dos rituais, memórias sobre repressões também são repassadas para gerações mais novas para que os jovens se apropriem da luta política. É o que acontece entre o Povo Pankararu. 

“Se passaram mais de 1500 anos e ainda temos nossa cultura milenar. Nós sabemos que vamos lutar até o fim. Ao lado dos nossos parentes e irmãos.” 

- Ubirajara Pankararu,
de Pernambuco. 

O rio também tem grande importância simbólica no contexto da cosmologia e das crenças religiosas. Nele, estão localizados os encantos da água, que inspiram rituais e constituem a força e própria identidade coletiva de um povo. 

“Nós temos a tradição com o umbuzeiro, onde pegamos o umbu e fazemos uma oferenda aos irmãos que se encantaram nas águas e daí vem a nossa ligação”

- Washington Pankararu,
Pajé.

“Nos pintamos com o barro da terra, que representa as cinzas e a força dos nossos antepassados. Nós precisamos da força e conexão com nossos ancestrais e a força da nossa mata” 

- Ubirajara Pankararu

"Quando invadem nossas terras, estão arrancando uma parte da nossa carne. O nosso território precisa sobreviver para passarmos conhecimento e darmos continuidade às novas gerações’’

- Ubirajara Pankararu

Edição: 
Guilherme Leopoldo e Yuri Fernandes

3. Gilbués: epicentro
da desertificação

2. Uma viagem à terra indígena Xakriabá

1. A década das línguas indígenas 

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