Foto: Marco Antonio

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Avanço na ciência.
Retrocesso na vacinação.

Brasil registra as piores coberturas para vacinas infantis em 25 anos.

Mergulhado em uma crise econômica e política, já perceptível em 2015 e acentuada a partir de 2016, o Brasil chegou a 2020 com as piores coberturas vacinais infantis dos últimos 25 anos.

Foto: Sajjad Hussain/AFP.

Com base em números do Programa Nacional de Imunizações (PNI), inseridos no sistema Datasus, do Ministério da Saúde, algumas análises dão a dimensão do problema.

Foto: Agência Saúde

A vacina contra a poliomielite, por exemplo, que ultrapassou 100% de cobertura, entre 2000 e 2009, além de ter oscilado de 99,35% a 98,29%, de 2010 a 2015, despencou para 75,97% em 2020.

Foto: Marco Antonio

Enquanto isso, a BCG, contra a tuberculose, chegou a 73,8%, a menor cobertura em 27 anos. De 1995 a 2015, esse imunizante atingiu mais de 100% do público-alvo no país.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


"Anos atrás, no mundo pré-Tik Tok, a gente conseguiu vacinar geral. Hoje, com tantas ferramentas rápidas e baratas para a divulgação da informação, perdemos 25% da imununização em crianças que precisam das vacinas!"

Especialistas consultados pelo #Colabora reconhecem que a pandemia da covid-19 teve impacto nos resultados, observados entre 2020 e 2021, mas apontam outros fatores como causas desse fenômeno.


Foto: Mauricio Camargo/NurPhoto 

"O movimento da desinformação representa uma das maiores causas da queda da cobertura vacinal no país. Segundo pesquisa, 7 entre cada 10 brasileiros  acreditavam em notícias falsas sobre vacinas"

Um exemplo disso é a doença pólio, que durante muito tempo foi debatida. Mas com a vacinação eficiente, a doença deixou de ser uma preocupação e assunto na mídia. 

"Outro fator é a perda da percepção de risco sobre várias doenças."

"Se por um lado nós temos mais fake news sobre vacinas, por outro, temos um governo no qual pouco investe em campanhas de vacinação."

"A falta de investimento em comunicação para a população também é um problema."

Nesse contexto, tem se ampliado fortemente, desde 2015, a queda da cobertura de praticamente todas as vacinas não somente para crianças, mas também para adolescentes e gestantes no país.

Foto: Marco Antonio

O professor do departamento de Política, Gestão e Saúde da USP, Gonzalo Vecina Neto, aponta alguns fatores que colaboraram com a baixa vacinação nos últimos anos.



Foto: Marco Ankosqui

“A partir da crise financeira, de 2016 em diante, temos uma redução da cobertura vacinal, seja em regiões ricas ou pobres...

Foto: Mauro Pimentel/AFP.

...Isso se deve, particularmente, ao enfraquecimento da capacidade convocatória do Estado para levar as pessoas a se vacinarem. Não houve investimento em campanhas de comunicação e a cobertura caiu", afirma Gonzalo. 

Foto: Aizar Raldez/AFP


"Por isso, não deixem de se vacinar. Levem as crianças, os idosos..!"

"Quem sabe assim, o Zé Gotinha até volte a aparecer por aí, né?"

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Reportagem: Elizabeth Oliveira
Webstory: Guilherme Leopoldo

Foto: Voisin/Phanie/AFP