Os cerca de 700 moradores, estão acostumados a ficar em alerta, já que o território é cortado pela rodovia BR-222, pela linha de transmissão de energia de Tucuruí, e pela estrada de ferro Carajás.
Já se acostumaram também a lidar com queimadas, invasores e caçadores ilegais. Mas, desde junho, os indígenas estão alarmados com o aparecimento, no meio da noite, de drones misteriosos.
“Toda vez que a gente avista esses drones é bem em cima da aldeia, sobrevoando em cima de casas, nunca em cima da mata”
Relatos de moradores da
Terra Indígena
“A gente não sabe como se defender. São tantas perguntas e a gente não tem resposta”
Os líderes indígenas levaram suas preocupações com os drones ao Ministério Público – Estadual e Federal – e à Polícia Federal, mas, até agora, não há explicações para os objetos voadores.
Os líderes suspeitam que os drones sejam de empresas interessadas na possível abertura das terras indígenas à mineração.
Após a queixa de um membro da aldeia à Secretaria de Segurança, foram enviados, na primeira quinzena de julho, dois investigadores da Polícia Técnica para tentar apurar a veracidade da denúncia.
No dia em que os investigadores estavam na terra indígena, os drones apareceram várias vezes e em maior número, mas a equipe não conseguiu descobrir a origem dos objetos ou o propósito.
Após testemunharem a ocorrência, os policiais disseram aos indígenas que voltariam para continuar a investigação, mas até hoje não retornaram e nem disseram quais providências seriam tomadas.
Rios poluídos, queimadas criminosas, invasões e agora o aparecimento de drones misteriosos. Só mais um item para a lista de ameaças sofridas pelo povo Gavião que já se acostumou a lutar por igualdade e respeito.