Fotos: Gustavo Queiroz

Conheça a designer brasileira Rafaella de Bona, que usa fibra de banana para criar absorventes e tampões biodegradáveis. 

ATIVE O SOM

POBREZA MENSTRUAL

Uma jovem na luta contra a

De Curitiba, Rafaella de Bona Gonçalves, 25 anos, é responsável pelo desenvolvimento de absorventes higiênicos e tampões biodegradáveis para melhorar a higiene menstrual de grupos menos favorecidos.

Ela usou fibra de resíduos de banana para desenvolver primeiro o design em formato de rolo de um absorvente interno para mulheres sem-teto e, mais tarde, um absorvente multifuncional biodegradável.

- Sustentabilidade
- Acesso ao produto
- Identidade Visual

É um absorvente versátil e orgânico. Ele tem 3 objetivos principais:

Por causa da invenção, foi indicada para a primeira edição do Young Inventors Prize do Escritório Europeu de Patentes (European Patent Office - EPO).

O prêmio reconhece jovens inovadores com 30 anos ou menos que desenvolveram soluções para enfrentar problemas globais e ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Com seus projetos, Rafaella espera usar forro de bambu, celulose, espuma de soja e fibra de banana como materiais para ajudar a combater a pobreza menstrual.

A criação aumenta o acesso das mulheres aos produtos sanitários necessários, ao mesmo tempo em que transforma um fluxo de resíduos em um material valioso.

A ideia de desenvolver um produto específico para mulheres sem-teto surgiu em um curso sobre soluções de design. Ela se formou em design de produto pela Universidade Federal do Paraná em 2020. 

Mulheres sem-teto podem não ter roupa íntima para colocar os absorventes, nem qualquer lugar para lavar copos menstruais. Por isso Rafaella desenvolveu esse tampão descartável, totalmente biodegradável, que não cria resíduos de plástico.

"A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso a recursos, infraestrutura e até conhecimento por parte de pessoas que menstruam para cuidados envolvendo a própria menstruação."

Um levantamento feio pelo Instituto de Pesquisa Locomotiva aponta que 52% das mulheres no Brasil já sofreram com pobreza menstrual.

O primeiro produto de Rafaella (patente pendente), chamado “Maria – absorvente íntimo”, foi projetado para ser distribuído gratuitamente pelos governos locais, mas como isso não era possível, ela se inspirou em modelos de empresas sociais. 

Rafaella está atualmente trabalhando com a EcoCiclo, um mercado online brasileiro liderado por mulheres jovens para produtos sustentáveis feitos por mulheres, para desenvolver ainda mais os absorventes e trazê-los ao mercado.

"Em qualquer espaço que eu esteja, eu também penso nas mulheres... Se nós mulheres não estamos pensando, quem que está pensando sobre isso? Eu acredito que as mulheres precisam conquistar seus lugares."

RAFAELLA
DE BONA:

Edição: Guilherme Leopoldo

Pobreza menstrual: 25% das adolescentes brasileiras não têm acesso a absorventes

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