REFUGIADOS 
AMBIENTAIS?

Número de desalojados por conta de desastres naturais alcança 7 milhões.

-------QUEM SÃO OS

Dados mostram que os desastres climáticos estão mais frequentes e intensos, levando para um novo normal preocupante, afirma o relatório do Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC).

Com mais temporais, enchentes, incêndios e secas, parte dos 30 milhões de desalojados em 2020 não conseguiu voltar para suas casas.

A maioria dos desalojados foram moradores do Leste Asiático, do Sul da Ásia e do Pacífico. Áreas populosas atingidas, em 2020, por ciclones, chuvas intensas e inundações.

As Américas também foram atingidas e tiveram recorde de desalojados por desastres relacionados ao clima: foram 4,5 milhões de pessoas tiradas de suas casas.

Incêndios florestais provocaram deslocamento em massa nos Estados Unidos, Guatemala, Honduras e Nicarágua, que foram gravemente afetados pela temporada de furacões no Atlântico.

O Brasil também foi destaque na parte do relatório sobre as Américas: de acordo com o IDMC, mais de 75% dos 358 mil desalojados no país foram vítimas das fortes chuvas de janeiro a março de 2020.

São Paulo registrou recorde de precipitação. O estado de Minas Gerais foi o mais afetado: só a capital, Belo Horizonte, registrou 171 mm de chuva em 24 horas, o maior número em mais de um século.

Elaborado por mais de 50 pesquisadores e especialistas, o documento também destaca o aumento dos incêndios florestais nos Estados Unidos, no Canadá, no México, na Argentina e, naturalmente, no Brasil.

A frequência e a intensidade dos incêndios florestais na região amazônica também parecem estar aumentando. O Brasil registrou 223 mil incêndios florestais em 2020, o maior número em uma década. 

Os números de deslocamento são difíceis de calcular, mas há evidências de que comunidades indígenas em vários países foram afetadas, aponta o relatório do IDMC.

Os refugiados ambientais são uma realidade global: aponta-se uma média de 24,5 milhões de novos desalojados por ano desde 2008. Equivalente a 67 mil deslocamentos diários.

Evidências mostram que os efeitos causados pelos desastres naturais podem se tornar prolongados, com impactos sociais e econômicos significativos.


O IDMC projeta que cada vez mais pessoas deixem suas casas por conta de enchentes e tempestades, e também por fenômenos que ocorrem lenta e repetidamente, como quebras de safra e secas prolongadas.

CLIQUE AQUI

Quer saber mais? Confira a reportagem na íntegra


Reportagem: Oscar Valporto
Webstory: Guilherme Leopoldo
Edição: Yuri Fernandes
Fotos: AFP