Ao longo do século 20, os preços dos alimentos foram caindo na medida em que aumentava a oferta em função da maior mecanização
da produção.
No entanto, a menor disponibilidade de combustíveis fósseis, a erosão dos solos e a emergência climática reverteram a tendência do preço dos alimentos, que começaram a subir no século 21.
A pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia intensificaram a situação, já que os dois países são responsáveis pela produção e distribuição de alimentos primordiais.
Com isso, o índice de preço da comida atingiu, no mês de março de 2022, o maior valor em 100 anos, como pode ser visto na série do relatório “The environmental food crisis” (Unep, 2009).
Quem mais sofre com esse aumento são os países de baixa renda, pois grande parte do orçamento familiar é direcionado para a alimentação.
O Brasil é um dos países mais impactados pelo aumento do preço da energia e dos alimentos. O reflexo é sentido imediatamente na inflação e na carestia.
A renda média dos brasileiros caiu e atingiu o valor mensal de R$ 1.378, o menor rendimento domiciliar per capita em dez anos, segundo o IBGE.
O aumento de preço dos alimentos é um reflexo da incompatibilidade cada vez maior entre o crescimento da economia e o meio ambiente.