Por Oscar Valporto
Após 30 anos, nova versão da novela encontra um bioma ameaçado por desmatamento e queimadas.
O Pantanal, em 1990, era ainda um dos biomas mais preservados do país: havia perdido pouco menos de 4% de sua vegetação nativa, estimada em mais de 15 milhões de hectares.
Este número dobrou até a virada do século. De acordo o Instituto SOS Pantanal, o bioma perdeu, até 2019, 15,7% da sua área de vegetação nativa – 23.700 km², um pouco maior que o Estado do Sergipe.
O estudo do SOS Pantanal aponta ainda que o bioma tem uma taxa de degradação anual de 50 mil hectares, provocada pela conversão de campos naturais por pastos.
A degradação é ainda maior no planalto que cerca a planície pantaneira e onde estão as cabeceiras dos rios.
"A degradação nas cabeceiras provoca o assoreamento dos rios e reduz a vazão de água para as áreas mais úmidas do Pantanal", afirma Cátia Nunes, pesquisadora da UFMT.
A rica fauna do Pantanal também brilhava na tela na 1ª versão. A onça, típica da região, tinha papel importante na trama. Jacarés, cobras, antas, cervos e aves faziam parte da paisagem da novela.
Mas agora essas espécies sofrem com o avanço das queimadas. Cadáveres de jacarés, antas e cobras são encontrados diariamente pelas equipes de combate aos incêndios.
“O Pantanal está enfrentando uma seca histórica, com dias e dias em que a umidade fica abaixo de 10%. Isso faz com que o fogo se espalhe com muita rapidez”, afirma Cátia.
Divulgação/Globo
Para ficar de olho: os responsáveis pela nova “Pantanal” garantiram, em reportagem da própria TV Globo, que problemas como o desmatamento e as queimadas serão abordados na nova trama.
Uma coisa é certa: a Juma vai sentir falta daquela abundância de água para mergulhar. E agora tem que ser uma defensora feroz da preservação do Pantanal.