Lina
Pereira

Linn da
Quebrada

de garra

de guerra

Foto: Wallace Domingues

Por Yuri Fernandes

A história, a arte e a voz dELA: bixa preta, bixa travesti, livre para não ser nem homem nem mulher. 

Atriz, cantora, ativista e compositora de 31 anos. Da periferia de São Paulo para o reality mais popular do país. Um pouco - e pouco mesmo perto de sua potência - dela que já fez história. 

ATIVE O SOM

A visibilidade nacional veio em 2017, com o álbum de estreia:  Pajubá. Letras explícitas, militantes e o nome de Linn marcado na indústria. Tornou-se símbolo de representatividade.

- Canta Linn, em “Bixa Preta”, sobre insurgir-se contra a violência.

“A minha pele preta, é meu manto de coragem. Impulsiona o movimento, envaidece a viadagem”

Vídeo: Cultura Livre

Era testemunha de Jeová até os 17 anos e já revelou que teve por muito tempo o corpo domesticado pela Igreja e pela doutrinação, que a privava de seus desejos. 

Privava, no passado! Agora, Linn exibe emocionada a nova certidão. Oficialmente, Lina Pereira dos Santos. Ao fundo, sua música diz: Eu matei o Júnior em sacrifício para que eu pudesse estar viva hoje!

- Linn em entrevista à BBC Brasil, em 2016. 

“É preciso ter muita coragem para sair como eu saio na rua, porque as pessoas não matam só com faca ou com balas. O discurso também mata.”

Estudou na mesma escola que Liniker, em Santo André, e as duas chegaram a morar juntas. Foi homenageada pela amiga cantora na música "Lina X". 


- Canta Liniker em Lina X

“A personalidade dela era um tanto dividida. Parece poliana querendo o que é de frida. Queria a parte outra da metade. O todo, o tudo, a casualidade"

Foto: Leila Penteado

Foi estrela do documentário "Meu Corpo é Político", dirigido por Alice Riff, que acompanha a vida de quatro militantes LGBT+. 

- Linn à Revista Cult

“Ficou insustentável fingir que nós não existíamos. Éramos representadas de forma jocosa (...). Somente ocupando esses espaços (...) que as coisas podem se transformar.”

Estreou como atriz na série Segunda Chamada, da TV Globo, em 2019. Interpretou Natasha, aluna do colégio Carolina Maria de Jesus. No vídeo, a personagem questiona a transfobia no uso do banheiro. 

Teve a trajetória contada no premiado documentário Bixa Travesty, que mostra a sua luta pela desconstrução de estereótipos nas esferas pública e privada, enfrentando o machismo e a transfobia. 


- Canta Linn em Submissa do 7° dia

“Estou procurando, estou tentando entender. O que é que tem em mim. Que tanto incomoda você. Se é a sobrancelha, o peito. A barba, o quadril sujeito"

Vídeo: Showlivre

Ao lado de Jup do Bairro, estreou como apresentadora no programa TransMissão do Canal Brasil, em 2019. Foi o primeiro talk show comandado por uma travesti no Brasil.

Foto: Gabriel Renné

Já  enfrentou um câncer aos 23 anos e alcançou a cura três anos depois. O silicone veio no início de 2021. Sobre isso, ela tem algo importante para falar. 

Foto: Gabriel Renné

- Linn ao site Elástica, em 2021

“Não é o peito que faz a travesti, mas a travesti que faz o seu peito, independente do tamanho que ele tiver, da forma, seja ele pequeno, médio, enorme...”

Depois de Pajubá, veio o segundo álbum de estúdio: Trava Línguas. Em uma das faixas, ela se apresenta: Muito prazer, eu sou a nova Eva.


- Quem Soul Eu

“Muito prazer, eu sou a nova Eva. Filha das travas, obra das trevas. Não comi do fruto do que é bom e do que é mal. Mas dichavei suas folhas e fumei a sua erva. Muito prazer, a nova Eva"

“Que o feminino continue sendo uma conquista e o nosso corpo um campo de batalha”. 



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Edição: Guilherme Leopoldo