Eu também
sou um anjo


Fotos e vídeos: Guilherme Leopoldo

Conheça VND, rapper que registra por meio da música a vivência dos jovens negros da periferia em seu álbum de estreia.

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VND é um jovem rapper de Honório Gurgel, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O subúrbio carioca com toda sua cultura é a maior inspiração para as músicas do artista. 

Durante muito tempo, o samba foi a principal forma de expressão cultural do homem negro. Nos últimos anos, essa identidade também é retratada nas músicas de rap e funk.

Vídeo: Rafael Rodrigues

VND sempre deixou claro ser influenciado pela cultura geral da música brasileira. Artistas de samba e MPB, como Jorge Ben Jor e Djavan, são os maiores ídolos e influências na vida e nas músicas dele.

O nome do álbum de estreia “Eu também sou um anjo”, além de ser em referência ao verso de Jorge Ben Jor, tem um significado muito amplo para o rapper.

Com esse título, VND expressa todo o sentimento dos jovens negros suburbanos, julgados por muitos olhares que não enxergam verdadeiramente suas realidades. 

“Eu também sou anjo” é a afirmação de que esses jovens possuem sonhos e também podem voar, mesmo que a sociedade tente impedir esse voo.

Com o verso “Eles tentaram cortar minhas asas negras como se eu fosse o diabo”, a música tema do álbum reflete justamente a opressão social em cima da juventude negra.

Vídeo: Beatriz Honorato

A última faixa do disco conta com o clipe “Passarelas e Vitrines”, encerrando a obra com o testemunho do que é ser esse jovem da periferia. O filme foi escrito e dirigido por Guilherme Leopoldo.

As palavras que dão nome à música remetem ao universo da moda, tema frequentemente abordado nas letras de raps atuais. "Bandido chique", primeiro videoclipe de VND, representa bem esse estilo. 

Para VND, o termo “passarelas” representa a sua área e todos os lugares frequentes de seu cotidiano. Ademais, a palavra “vitrine” remete a tudo e todos que são vistos no dia a dia dessas passarelas.

Não só a faixa “Passarelas e Vitrines”, como todas as outras do álbum, são relatos de como é viver numa sociedade fundamentada sob um racismo estrutural que oprime os jovens periféricos. 

VND usa sua criatividade e conhecimento teórico sobre música para ser porta-voz de uma cultura produzida por milhares de vozes que não são ouvidas.

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Assista ao videoclipe na íntegra: