É possível usar seu computador no combate ao avanço do coronavírus

Sistema funciona como um supercomputador virtual, considerado o mais poderoso do mundo, formado a partir da conexão de milhares de máquinas entre si (Foto: Unsplash)

Projeto Folding@Home permite doação do processamento do seu computador para ajudar investigadores em pesquisas sobre várias doenças, incluindo a Covid-19

Por Raphael Monteiro | ODS 3 • Publicada em 25 de março de 2020 - 08:09 • Atualizada em 19 de setembro de 2020 - 12:23

Sistema funciona como um supercomputador virtual, considerado o mais poderoso do mundo, formado a partir da conexão de milhares de máquinas entre si (Foto: Unsplash)

Já pensou em ajudar na luta contra a Covid-19 sem sair de casa? Saiba que é possível e bastante simples: basta ter um computador, seja ela mais modesto ou potente. Como assim? Com o projeto  “Folding@Home”, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, você pode doar parte do poder de processamento da sua máquina para ajudar investigadores em pesquisas contra várias doenças. Quanto mais voluntários e com o maior número possível de notebooks e desktops de todo o mundo, maior é a eficácia no processamento de dados científicos.

Esses dados são essenciais para executar os cálculos complexos necessários para simular a dinâmica das proteínas. Informações obtidas por nossos computadores ajudam cientistas a entender melhor a biologia para avançar na luta contra diversas doenças, como o cancro da mama ou do rim, o Alzheimer, doença de Chagas, Parkinson e, agora, mais do que nunca, a Covid-19 – doença que matou quase 20 mil pessoas no mundo, segundo dados oficiais da Organização Mundial de Saúde (OMS). O sistema funciona como um supercomputador virtual, considerado o mais poderoso do mundo, formado a partir da conexão de milhares de máquinas entre si. Ele realiza simulações em larga escala destas doenças e, especificamente, no processo de “dobragem de proteínas”, que afeta a mortalidade de certos patógenos.

O Folding@home está baseado na Universidade de Washington, na Escola de Medicina de St. Louis, sob a direção do Dr. Greg Bowman. Na foto, parte da equipe que comanda os trabalhos (Foto: Reprodução)

Em duas semanas, o projeto ganhou 400 mil novos membros, um crescimento de cerca de 1200%. Liderado pelo biofísico computacional Greg Bowman, a iniciativa foi criada para ser intuitiva, sendo assim possível que todas as pessoas que possuem um computador com internet disponível participem sem maiores problemas. Cálculos que normalmente levariam anos para serem feitos por nossos computadores pessoais, podem ser feitos com maior velocidade graças a combinação de processamento de milhares de computadores espalhados por todo o mundo. 

Você pode participar sozinho ou criando e participando de times. O site do projeto fornece um ranking atualizado, de hora em hora, com os usuários que estão fazendo mais pontos no momento. Quando mais poder de processamento seu computador tiver disponível, mais pontos você ou o seu time ganharão. 

Aliada de peso

Recentemente, o projeto ganhou um importante aliado: a Globo entrou no time de apoiadores há duas semanas. Os computadores da área de inovação da empresa estão apoiando o Folding@Home, por meio do seu laboratório de inovação conhecido como MediaTech Lab. Os computadores do espaço – que possuem placas de vídeo de alta performance – estão doando 100% do seu tempo e capacidade de processamento para a iniciativa. A ideia teve início com a colaboração dos próprios pesquisadores do LAB e, com o passar dos dias, foi ganhando mais máquinas – o que deu corpo à ação. Com esse aumento da relevância e do número de adeptos, os equipamentos já figuram entre os 3% mais bem ranqueados da plataforma.

Para engajar mais voluntários da Globo no Folding@Home, a equipe ainda criou um grupo em um aplicativo de mensagens que permite aos colaboradores tirar dúvidas em tempo real e ter acesso a um material completo com todas as orientações para instalar e configurar o programa e aderirem à iniciativa.

Além disso, para formar uma corrente de solidariedade e unir quem deseja ajudar a quem precisa de ajuda neste momento delicado, a Globo lançou a plataforma PraQuemDoar.com. Ela agrega institutos, fundações, entidades e movimentos sociais que estão trabalhando no combate aos efeitos da pandemia com iniciativas em frentes de saúde pública, educação, assistência social e outras. Através da plataforma, os interessados em fazer uma doação podem entrar em contato diretamente com a iniciativa que desejam ajudar.

Se interessou também e está a fim de ajudar a ciência? Para participar basta acessar o site foldingathome.org/ (clique aqui) e baixar o aplicativo que funciona com qualquer computador que use sistemas operacionais Windows, MacOS e Linux. Após o download do app, você precisa instalar e se cadastrar para ajudar. E nada de pensar que o seu computador ficará mais lento por conta de todo esse processamento. Após a instalação do programa, você pode selecionar uma opção para que o programa “Folding@Home” só use seu processamento caso o computador não esteja em uso. Não é incrível? Não deixe de compartilhar com seus amigos, criar seus times e correr para ajudar a ciência nesse momento tão importante.

Raphael Monteiro

Niteroiense, formado em jornalismo pela escola Escola Superior de Propaganda e Marketing. Fascinado por tudo relacionado a tecnologia e cultura pop, sempre sonhou em trabalhar para um grande portal de jornalismo online. Teve sua primeira experiência em 2016 como repórter do Portal de Jornalismo ESPM, onde ficou até 2018. Trabalhou como trainee para o #Colabora, atuando nas áreas de vídeo, métricas e redes sociais.

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