#Colabora prorroga prazo de inscrição para programa de inclusão e diversidade

Ilustração Gerd Altmann/Pixabay

Iniciativa procura aprimorar a formação de jovens jornalistas da periferia e ajudá-los a ter um acesso mais fácil ao mercado de trabalho

Por #Colabora | ODS 10 • Publicada em 7 de julho de 2022 - 15:00 • Atualizada em 26 de setembro de 2023 - 19:08

Ilustração Gerd Altmann/Pixabay

A urgência de um jornalismo mais diverso e inclusivo precisa ser perseguida permanentemente no Brasil. Por isso, o #Colabora está lançando o programa #COLABORA COM INCLUSÃO E DIVERSIDADE”, para modificar sua própria equipe e ampliar o acesso de jovens jornalistas periféricos ao mercado de trabalho. O projeto faz parte do edital “Acelerando a Transformação Digital”, do International Center for Journalists (ICFJ) com apoio da Meta e da Associação de Jornalismo Digital (Ajor). As inscrições, inicialmente, iriam até o dia 8 de julho (sexta-feira), mas foram prorrogadas até o próximo dia 20 de julho (quarta-feira).

Leu essa? O que é dororidade?

A iniciativa consiste num programa de treinamento e estágio no #Colabora, dentro do modelo trainee, para jovens jornalistas e comunicadores de periferias do Brasil. A participação será exclusiva para candidatos pretos e indígenas que vivam em rincões ou favelas. No processo seletivo, dentro do conceito de inclusão, serão priorizados jornalistas e/ou comunicadores LGBTQIA+ e PCD.

Serão oferecidas, na primeira fase, 40 vagas de um curso de formação em empreendedorismo e jornalismo independente, para jovens de todo o país. Ao longo de dois meses, os escolhidos terão aulas remotas, semanais (8 aulas no total), todas as segundas-feiras, 19h, com professores de jornalismo, profissionais experientes e ativos no mercado atual. O curso será coordenado por Fabiana Moraes, jornalista, escritora, doutora em sociologia e professora de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco. Fabiana é vencedora de três prêmios Esso de Jornalismo, além do prêmio Petrobrás e do Embratel. Ela tem pesquisas voltadas para a questão da hierarquização social (análise sobre raça, pobreza e celebrificação do cotidiano) e estuda a relação entre jornalismo, colonialidade, ativismo e subjetividade. Fabiana resume assim a ideia do curso:

“Historicamente, foi realizada uma separação entre o fazer e o pensar, a ação e a reflexão. Essa distinção guardou muitas vezes uma perspectiva racista, que confere o trabalho físico ao corpo negro (acusado, inclusive através da ciência, de “irracionalidade”) e o trabalho intelectual ao corpo branco.  Estes fenômenos, decorrentes da própria racionalidade moderna, que ainda sustenta boa parte de nossa filosofia e nossas ciências, também atravessam o campo da comunicação. Neste curso nos propomos a deixar de lado uma lógica binária e redutora para falar sobre comunicar através da prática e da reflexão, sem uma distinção entre as duas últimas. Vamos oferecer discussões e formação pontual sobre temas como entrevista, pauta, ativismo e hackeamento, estética, negritude, movimentos sociais, antirracismo, mídias digitais, agência de comunicação, desenvolvimento de projetos, arte e jornalismo”.

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO: CLIQUE AQUI

Além dos critérios de inclusão e diversidade, a seleção vai avaliar vídeos ou textos feitos pelos candidatos, com seus celulares, nos quais eles terão a oportunidade de se apresentar e explicar por que devem ser selecionados. Após o período de oito aulas, a segunda fase terá dois alunos selecionados para fazerem parte do time de trainees do #Colabora por seis meses, com remuneração de R$ 2.500 mensais cada, e seguro de vida. Os demais participantes, além de receberem um certificado de participação no curso, poderão, se assim o desejarem, fazer parte do time de jornalistas freelancers do #Colabora, recebendo por reportagens produzidas. Os dois trainees, durante todo o período de trabalho, serão acompanhados e orientados por jornalistas experientes do quadro fixo do #Colabora, produzindo textos, fotos e vídeos.

As inscrições para o “#COLABORA COM INCLUSÃO E DIVERSIDADE” devem ser feitas por meio deste formulário, até o próximo dia 15 de julho.

Conheça o time de professores:

Allan da Rosa

É escritor de ficção e teatro, historiador e angoleiro. Completou graduação em História na Universidade de São Paulo/USP, onde entrou como estudante do cursinho pré-vestibular do Núcleo de Consciência Negra, em 1998 e atuou por anos na área de Educação de Jovens e Adultos. Na USP também se formou Mestre e Doutor em Cultura e Educação, pela Faculdade de Educação / FEUSP. É autor de livros como Vão (2005); Zagaia (2007); Da Cabula (2006); Reza de Mãe (2016); Zumbi assombra quem? (2017); Pedagoginga, autonomia e mocambagem (2019); Águas de homens pretos (2021).

Bruno de Castro

Finalista do Prêmio Jabuti de Literatura. Jornalista, especialista em Comunicação e Jornalismo Político, especialista em Escrita Literária e MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. É mestrando em Antropologia e pesquisa mídias negras brasileiras. Já foi repórter do jornal O Estado e do Grupo O POVO, correspondente do portal Terra e colaborador do El País Brasil.

Catarina de Angola

Mulher negra, da periferia do Recife, mãe e jornalista, mestra em Extensão Rural e Desenvolvimento Local, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), onde pesquisa comunicação popular, mulheres rurais e semiárido. Com pouco mais de quinze anos de experiência em comunicação popular e comunitária, com passagens por organizações sociais, contribuindo com redes e movimentos do campo e da cidade. Em 2019, fundou a Angola Comunicação, uma agência que se propõe a alimentar processos criativos e de mobilização social a partir da Comunicação.

Eduarda Nunes

Jornalista formada pela UFPE. Atualmente é coordenadora de conteúdo na Agência Retruco, editora da região Nordeste no Favela em Pauta, plataforma de projetos especiais em comunicação independente. Foi uma das homenageadas do 1º Prêmio Neusa Maria de Jornalismo (2020) do portal Alma Preta Jornalismo. Eduarda constrói o movimento negro de Pernambuco desde 2015, a partir do Afronte Coletivo e da Rede de Mulheres Negras do estado, organizações que hoje compõem a Articulação Negra de Pernambuco.

Fabiana Moraes

Além de coordenadora do curso, Fabiana Moraes será umas das professoras. Ela é conselheira da Agência Pública de Jornalismo, do Perifa Connection e do É Nóis. Foi repórter especial do Jornal do Commercio e articulista da Piauí e do UOL. Atualmente é colunista no The Intercept Brasil.

Karol Pacheco

Kalor é jornalista e já atuou em veículos impressos como o Jornal do Commercio e a Folha de Pernambuco, assim como na revista Outros Críticos e nos sites Afoitas, Quarta Parede e revista O Grito!. Seus processos criativos discutem as vivências em apuração, clipagem e a função social jornalística, o que é possível observar em trabalhos audiovisuais como o documentário  Madeira de Lei (2020), a série animada Bia Desenha (2019) e a videoperformance e instalação Certidão de Aborto (2017), da série #tecnologiaaservicodaorgia.

Midiã Noelle Santana

Jornalista e fundadora da iniciativa Commbne (comunicação baseada em inovação, raça e etnia), que conecta comunicadores e perspectivas sobre comunicação em nível Internacional pró direitos humanos para promoção da equidade racial. Coordenadora do Projeto Seta (Sistema de Educação por Uma Transformação Antirracista) via ActionAid Brasil. Líder da Rede de Líderes da Fundação Lemann. Mestre em Cultura e Sociedade pelo Instituto de Humanidades Milton Santos, da Universidade Federal da Bahia IHAC – UFBA.

Marina Nascimento

Mestre em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade de São Paulo (USP) estudando o tema de implementação de políticas de promoção de equidade racial, é também bacharel em Gestão de Políticas Públicas pela USP. Em sua carreira profissional estagiou na Secretaria de Administração Penitenciária e na Coordenação de Políticas para a Juventude. Como analista de projetos, atuou em uma consultoria na área de monitoramento e avaliação, facilitação de grupo e desenho estratégico. Atualmente, na Alma Preta se desenvolve como gerente de projetos.

Queremos um jornalismo mais plural, diverso, inclusivo e, por extensão, democrático. Venha construí-lo com a gente!

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#Colabora

Texto produzido pelos jornalistas da redação do #Colabora.

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