O lado bom da eleição nos EUA

Com os referendos, sobem para oito os estados americanos onde o uso de maconha é legal . Foto de Theo Stroomer/Getty Images/AFP

Indústria do cigarro perde na Califórnia e mais quatro estados legalizam uso da maconha

Por Oscar Valporto | ODS 12 • Publicada em 10 de novembro de 2016 - 16:07 • Atualizada em 10 de novembro de 2016 - 16:15

Com os referendos, sobem para oito os estados americanos onde o uso de maconha é legal . Foto de Theo Stroomer/Getty Images/AFP
Com os referendos, sobem para oito os estados americanos onde o uso de maconha é legal . Foto de Theo Stroomer/Getty Images/AFP
Com os referendos, sobem para oito os estados americanos onde o uso de maconha é legal . Foto de Theo Stroomer/Getty Images/AFP

Suíte – palavra francesa para série, sequência – significa no jargão jornalístico o desdobramento de reportagem anterior. Por isso, o #Colabora volta aos referendos paralelos à disputa entre Donald Trump e Hillary Clinton para informar que nem tudo que saiu das urnas foi má notícia. A indústria do cigarro perdeu sua principal batalha na terça-feira, apesar de ter investido mais de R$ 70 milhões de dólares na contenda. A Proposição 56, que aumentava em dois dólares por maço o imposto sobre cigarros e passava a taxar os cigarros eletrônicas, foi aprovada com 67% dos votos na Califórnia.

O vento soprou a favor da fumaça em outra questão: a legalização do uso recreativo da maconha foi aprovada nos estados da Califórnia, Maine, Nevada e Massachussets. Dos cinco estados que tiveram referendo sobre uso recreativo, a maconha só foi derrotada no Arizona.

A Big Tabacco – como a mídia americana chama a união dos grandes fabricantes liderados pela R.J. Reynolds e a Phillip Morris – pode, entretanto, comemorar vitórias em estados menores. Em North Dakota, proposta para aumentar impostos nos cigarros comuns e taxar os cigarros eletrônicos foi derrotada: 62% a 38%. Projetos mais simples apenas aumentando taxas foram derrotados também no Colorado e no Missouri.

Mas a batalha da Califórnia era a mais importante, porque o estado mais populoso da federação costuma influenciar outros e, por isso, a indústria gastou tanto dinheiro em anúncios – especialmente para evitar o precedente de taxar os cigarros eletrônicos como qualquer outro produto de tabaco. Mas os e-cigarettes, se não têm a mesma quantidade de substâncias tóxicas, são baseados na mesma nicotina, substância comprovadamente viciante e com graves consequências para a saúde. Em 2016, a venda de cigarros eletrônicos deve faturar US$ 4,1 bilhões de dólares nos Estados Unidos.

O vento soprou a favor da fumaça em outra questão: a legalização do uso recreativo da maconha foi aprovada nos estados da Califórnia, Maine, Nevada e Massachussets. Dos cinco estados que tiveram referendo sobre uso recreativo, a maconha só foi derrotada no Arizona. Com os referendos, sobem para oito os estados americanos onde o uso de maconha é legal – Alaska, Colorado, Oregon e Washington, além do distrito de Columbia, capital federal, já haviam liberado o uso recreativo. Com as decisões, passou de 5% para 20% a porcentagem de americanos vivendo em áreas onde a maconha está legalizada.

Outros quatro estados – Flórida, North Dakota, Montana e Arkansas – aprovaram, por referendo, o uso medicinal da maconha.  No total, foram realizadas, no mesmo dia em que Trump derrotou Hillary, 135 referendos em 34 estados, onde os eleitores foram consultados por temas como salário mínimo e controle de armas. E, voltando à suíte dos temas citados na mesma reportagem sobre cigarros eletrônicas, na Califórnia, os eleitores disseram não ao fim da pena de morte e sim a mais controle sobre venda de armas de fogo.

Oscar Valporto

Oscar Valporto é carioca e jornalista – carioca de mar e bar, de samba e futebol; jornalista, desde 1981, no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, no Governo do Rio, no Viva Rio, no Comitê Olímpico Brasileiro. Voltou ao Rio, em 2016, após oito anos no Correio* (Salvador, Bahia), onde foi editor executivo e editor-chefe. Contribui com o #Colabora desde sua fundação e, desde 2019, é um dos editores do site onde também pública as crônicas #RioéRua, sobre suas andanças pela cidade

Newsletter do #Colabora

Um jeito diferente de ver e analisar as notícias da semana, além dos conteúdos dos colunistas e reportagens especiais. A gente vai até você. De graça, no seu e-mail.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *