Uber Pool me leva a NY

O serviço e o preço têm um dos principais pontos de atração do projeto

Menos carros nas ruas e muitas histórias para contar

Por Rodrigo Barbosa | Mobilidade UrbanaODS 16 • Publicada em 25 de julho de 2016 - 08:59 • Atualizada em 2 de setembro de 2017 - 23:00

O serviço e o preço têm um dos principais pontos de atração do projeto
O serviço e o preço têm um dos principais pontos de atração do projeto
O serviço e o preço têm um dos principais pontos de atração do projeto

Faz pouco mais de um mês que comecei a pegar o Uber Pool. Cansado do trânsito, com o joelho e coluna já ferrados de ficar tanto tempo no engarrafamento, decidi deixar o carro em casa por um tempo. A gota d’água foi a minha primeira batida, depois de 16 anos dirigindo sem qualquer acidente.

Gastava uma média de R$ 24,00 para fazer um determinado trajeto de táxi. Com o Uber, isso caiu para R$17,00. Agora, com o Pool, fico entre R$ 9 e R$ 11. Na minha matemática, usando o Pool todos os dias de trabalho, por um ano, economizo R$ 7.000,00.

Eu já era cliente do Uber faz tempo. O serviço e preço me atraíam. Mas foi a forma como os taxistas lidam com a concorrência que me fez largar de vez os amarelinhos.

Sempre que tive companhia, foi muito bacana. Ok, eu sou apaixonado por pessoas e suas histórias, mas é muito melhor quando você tem a total sensação de ‘um carro a menos na rua’. E isso é real. Ontem mesmo o meu mais novo amigo de Uber Pool me reconheceu quando entrou no carro: “moramos na mesma rua, não?” Pegamos o carro praticamente no mesmo lugar e fomos para a mesma rua, onde ele também mora. Ops, não mora mais. Mas vai voltar. Bom, melhor explicar.

É o Miguel. Eu o conheci quando já estava dentro do Uber e o telefone do motorista tocou. Ele ligou para avisar que a gente não precisava retornar para buscá-lo como o GPS sugeria. “O sinal está fechado? Eu chego aí antes do sinal abrir”. E lá veio ele correndo pela rua, para ofegante, contar sua história. O casamento acabou, mas ele vai todo dia ver as filhas. Está completamente arrependido do que fez, ama a agora ex-esposa e sabe que a vida é com ela. Mas entende que só o tempo cura algumas feridas.

Em algum momento da conversa, torci para que a Rua Cosme Velho estivesse mais parada. Falamos de casamento, dos desafios de manter a tal chama acesa, da vida corrida, e filhos e a vontade dele de voltar para a família que ele ama tanto. Quando desceu do carro, nos despedimos com um forte aperto de mão e desejos de boa sorte. Mais um cara bacana que passou ali, com uma história boa pra contar e que vai levar minha torcida. E teve um outro dia a moça que também adora gatos. E o cara do Parque Guinle que me rendeu um contato de trabalho e já temos até um encontro marcado semana que vem. Ah, Uber Pool, como não te amar?

E sim, ainda preciso explicar como ele me leva para NY. É que eu gastava uma média de R$ 24,00 para fazer esse trajeto nos táxis. Com o Uber, isso caiu para R$17,00. Agora, com o Pool, fico entre R$ 9 e R$ 11. Na minha matemática, usando o Pool todos os dias de trabalho, por um ano, economizo R$ 7.000,00. Vale até aquela coisa de praxe em contratos, de escrever por extenso: SETE MIL REAIS! É que estamos acostumados a pensar que uma economia de dez paus não é o suficiente para perder mais dez minutos no trajeto e ainda ter que dividir o carro com um estranho. Mas projetando ida e volta ano adentro, faz diferença. E óbvio: ‘menos um carro nas ruas’, histórias para contar e claro, NY. Ou Paris. Ou Noronha. Melhor parar aqui e decidir logo o destino das férias de fim de ano.

Rodrigo Barbosa

Rodrigo é enfermeiro no diploma, empreendedor imobiliário na prática e acha que a empatia, o amor e a colaboração são a única salvação num mundo auto-centrado e radicalizado.

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