Tesouros do planeta ameaçados pelo aquecimento global

Grande Barreira de Corais: cenário espetacular australiano

Cientistas apontam cinco lugares que ficarão em risco, caso a temperatura da Terra continue a aumentar

Por France Presse | ODS 13 • Publicada em 10 de dezembro de 2015 - 08:00 • Atualizada em 13 de dezembro de 2015 - 17:43

Grande Barreira de Corais: cenário espetacular australiano

cop21colagemDa Estátua da Liberdade quase coberta de areia em “O planeta dos macacos” ao Cristo Redentor carregado pelo mar em “2012”, os filmes catástrofe e de ficção científica se encarregaram de retratar um destino assustador e de destruição para a Terra. O futuro apocalíptico não está logo ali, mas enquanto representantes de 196 nações discutem em Paris um acordo para deter o aquecimento global e suas consequências, tentando superar diferenças, interesses e necessidade de povos ricos e pobres, cientistas alertam que joias da natureza e da civilização estão em risco, caso as mudanças climáticas não sejam freadas. Cinco locais, considerados patrimônios da humanidade, podem ser afetados, caso o mundo siga em febre.

1 – Grande Barreira de Corais.

Grande Barreira de Corais: cenário espetacular australiano

Um clima mais quente é uma das principais ameaças para os deslumbrantes 2,300 quilômetros de corais na costa nordeste da Austrália. Habitat de milhares de espécies de peixes e outras criaturas do mar, o maior recife de corais é muito sensível a muitas das mudanças que acompanham o aumento da temperatura planetária, como elevamento do nível do mar, águas mais quentes, tempestades e maior acidez dos oceanos. Altas temperaturas podem acelerar a decadência dos recifes. “Se as condições continuarem a piorar, a Grande Barreira de Corais está determinada a sofrer enbranquecimento generalizado, redução de seus nutrientes e consequente morte como efeito das temperaturas em alta do mar”, diz Ove Hoegh-Guldberg, diretor do Global Change Institute da Universidade de Queensland.

2 – Veneza.

Veneza: a cidade italiana está afundando
Patrimônio da humanidade, Veneza é um tesouro da arte e da arquitetura, mas é sempre lembrada como a cidade que pode ficar submersa. E, de fato, está afundando 10 centímetros por século, conforme sua lagoa se expande e os sedimentos se acomodam, informa a Unesco. No século XX, a cidade perdeu de 10 a 13 centímetros a mais pelo uso da água de sua lagoa por indústrias, afirma a ONU. A próxima ameaça para a cidade italiana é a elevação do nível do mar. Em um cenário de aquecimento global moderado, Veneza pode afundar mais 54 centímetros até 2100. “Se nada for feito, pode ser alagada todos os dias”, diz a Unesco.

3 – Monte Kilimanjaro.

Maelick
Este monte vulcânico adormecido de 5,895 metros de altitude, coberto por geleiras, é a montanha mais alta da África e existe por mais de 10 mil anos. No entanto, essa maravilha da Tanzânia já perdeu 80% de sua cobertura ao longo do século XX por conta dos impactos das mudanças climáticas e da atividade humana, como pessoas morando no local. Com 50 centímetros de profundidade derretendo todos os anos, o campo de gelo do Kilimanjaro pode desaparecer em 15 anos.

4 – Machu Picchu.

Machu Picchu

O Peru colocou Machu Picchu, a cidade inca nos Andes, sob observação depois que a geleira do pico Salcantay, que fica ao sul, começou a derreter. O derretimento do gelo pode alterar o suprimento de água e afetar animais e plantas que vivem ao redor das ruínas da cidade, muitas das quais já estão ameaçadas de extinção de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia do Peru. Em um mundo mais quente, a cidade ancestral pode ser exposta a riscos ainda maiores, como incêndios florestais, avalanches provocadas por tempestades e inundações, dizem os especialistas.

5 – Mount Fuji.

Monte Fuji, no Japão
O monte gelado de 3,776 metros é um ícone do Japão. Mas os níveis de permafrost (solo gelado) retrocederam e agora começam entre 3,500 e 3,700 metros acima do nível do mar, apontou um estudo. Em 1976, chegava a 3,200 metros. Guias que atuam no local dizem, que além do efeito da presença de muitos alpinistas no local, há fissuras aumentando no monte.

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